Artigo de: Alexandre Paredes
Não faz muito tempo – e ainda nos dias atuais – pensava-se
que a Terra era plana e que ela seria o centro do Universo. O homem seria um ser
especial na Criação de Deus, enquanto os animais e vegetais teriam a função de
servir ao homem. Muitos seres humanos foram queimados nas fogueiras da
Inquisição por colocarem esse sistema de crenças em xeque.
Hoje sabemos que nosso planeta é um grão de poeira
no Universo e que nossa estrela, o Sol, é só mais uma entre infinitas estrelas
distribuídas num espaço inimaginável para nossa inteligência. Se contássemos
todos os grãos de areia que existem no nosso planeta, tanto nas praias quanto
nos desertos, ainda assim, seria um número insignificante diante do número de
estrelas que são estimadas em nosso Universo.
Mas vamos adiante. Imagine que dentro do nosso Sol
caberiam cerca de 1 milhão e 300 mil Terras! Dentro do nosso Sistema Solar, a
Terra não é sequer um dos maiores planetas. Bem maiores que a Terra, temos Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno.
É difícil conceber um corpo celeste tão imenso
assim como o nosso Sol. Mas existem estrelas que são tão grandes que caberiam
milhões de estrelas como o nosso Sol dentro dela.
A luz é o que temos, em tese, de mais veloz na
natureza. Ela é tão rápida que dá cerca de 8 voltas na nossa Terra em 1
segundo. Mesmo com essa velocidade toda, a luz viaja do Sol à Terra em cerca de
8 minutos. Essa mesma luz, partindo da Terra hoje, chegaria à estrela mais
próxima, vizinha do Sol, em cerca de 4 anos.
Estamos falando de estrelas vizinhas, “próximas”. Agora,
imagine que nossa Galáxia, a Via Láctea, contém cerca de 300 bilhões de
estrelas, contendo ao seu redor, seus sistemas de planetas, luas e sabe lá o
que mais!
Nossos telescópios não conseguem ver os planetas de
outros sistemas estelares, porque são opacos e muito pequenos. É como procurar
um vaga-lume que está a uns 6 km de distância em plena luz do dia. O Sol brilha
demais e ofuscaria a luz do vaga-lume. Então, foi preciso estabelecer um método
engenhoso para descobrir planetas fora do Sistema Solar. Um método utilizado
foi esperar que o planeta passe na frente da estrela observada. Sua luz diminui
um pouco, bem pouco mesmo, sinal de que há o trânsito de um objeto, um planeta.
Com isso, já foram descobertos centenas de planetas fora de nosso Sistema Solar.
Mas voltemos à Via Láctea, nossa Galáxia.
Poderíamos chamar a Via Láctea de nosso bairro e o Sistema Solar de nossa rua.
Só que esse bairro tem esse número gigantesco de ruas. Cada rua, ou cada
sistema estelar, provavelmente tem seus planetas, luas, cometas, asteroides. A
mesma luz que levou 4 anos para chegar à nossa estrela mais próxima, além do
Sol, leva 100 mil anos viajando de uma ponta à outra da nossa Galáxia!
Nossa Galáxia tem o formato de um disco, uma
espiral com vários braços. Cada braço dessa espiral contém bilhões de estrelas
e, no meio da Galáxia, há um imenso buraco negro, com cerca de 4 milhões e 300
mil massas solares.
Imagine se fizéssemos uma maquete, em escala, da
Via Láctea. Nessa maquete, o Sol teria o tamanho de um glóbulo vermelho, que é
uma célula de sangue. Essa bolinha microscópica, que teria um tamanho de 17
vezes menor que a espessura de um fio de cabelo, seria o nosso Sol. Ao redor
dele, teriam os planetas que conhecemos. Nessa maquete, o Sistema Solar teria o
tamanho de uma moedinha de 25 centavos, e a Via Láctea iria do norte da América
do Norte ao sul da América do Sul. E todo esse espaço estaria pontilhado de
sistemas estelares, alguns do tamanho dessa moedinha, outros muito maiores.
Agora, imagine que a nossa Galáxia, a Via Láctea, é
tão somente uma entre bilhões de galáxias. Os cientistas estimam que existam,
pelo menos, cerca de 2 trilhões de galáxias! E cada galáxia contendo suas
bilhões de estrelas e seus trilhões de mundos. A nossa galáxia vizinha, a mais
próxima, chama-se Andrômeda, e contém cerca de 1 trilhão de estrelas. A luz que
partiu dela levou 2,5 milhões de anos viajando no espaço para chegar aos nossos
telescópios. Ou seja, quando essa luz começou sua viagem em direção aos nossos
olhos, o ser humano ainda não existia aqui na Terra. Havia apenas os nossos
ancestrais primatas mais remotos, que mais pareciam com os macacos.
As galáxias mais distantes já observadas estão a
cerca de 13 bilhões de anos-luz, ou seja, a luz delas viajou esse tempo
inimaginável para chegar aqui. Significa que o que estamos vendo quando
apontamos nossos telescópios para elas é o passado, um momento em que o
Universo ainda era bem jovem. Estamos vendo aquela determinada galáxia como era
13 bilhões de anos atrás.
Agora, imagine que dentre esses sextilhões e
sextilhões de estrelas e mundos que existem no Universo, o único que teria a
primazia da vida e da vida inteligente seria este nosso planetinha azul que
chamamos de Terra, e que gira em torno de uma pequena estrela que chamamos de
Sol!
Se acreditamos em Deus, seria um grande desperdício
de tempo, de espaço e de trabalho na Criação simplesmente para nada. Ninguém
nem nada habitaria esses tantos lugares. Estaríamos, assim, duvidando de um dos
atributos mais básicos que esperamos da Inteligência Suprema do Universo, que
seria sua infinita sabedoria. Esperaríamos que Deus tivesse criado tudo com
algum propósito. E que propósito haveria para trilhões de corpos celestes
destinados a coisa nenhuma?
Se não acreditamos em Deus, teremos que, no mínimo,
aceitar que a existência da vida na Terra e, ainda mais, a vida inteligente, teria
sido resultado de tantas coincidências improváveis, tão improváveis quanto a
mesma pessoa ganhar na Mega-Sena da Virada milhares de vezes seguidas. Tanta improbabilidade
estatística só nos leva a concluir que o acaso não pode ter sido a causa de
tanta complexidade, que é a existência da vida e da vida inteligente.
Só mesmo o orgulho do ser humano o mantém cego
diante da realidade de que não estamos sozinhos no Universo. Porque se
aconteceu aqui a vida, não há nenhuma improbabilidade lógica de que ela tenha
germinado e se desenvolvido em outros mundos. E do mesmo modo que a vida
evoluiu para a vida inteligente aqui, é muito provável que civilizações
complexas e tecnológicas existam aos milhões pelo Universo afora.
Alguns cientistas admitem que é mais provável que
haja vida em outros mundos, mas que não seria possível que seres alienígenas
nos visitem, dadas as imensas distâncias que separam os sistemas estelares uns
dos outros. O problema desse discurso é pressupor que, hoje, detemos todos os
conhecimentos sobre as leis da física e as virtuais tecnologias para transpor
esses grandes espaços. Mais uma prova da arrogância humana.
Nossa Ciência é muito recente na história humana.
Nossa civilização alcançou algum nível tecnológico também há muito pouco tempo.
Basta lembrar que há somente 500 anos conseguimos transpor os oceanos com
nossas caravelas. Levávamos muitos meses para atravessar o Oceano Atlântico
para chegar ao continente Americano. Então, dá para imaginar que, com o avanço
da tecnologia e do conhecimento das leis da física nos próximos milhares de
anos, talvez seja possível visitarmos mundos absurdamente distantes para os
padrões de hoje.
Se imaginarmos que, em outros mundos, civilizações
tenham se desenvolvido e evoluído há milhares ou milhões de anos, não é difícil
de imaginar que seres de outros mundos tenham encontrado tecnologias que lhes
permitiram viajar até aqui.
Quando vemos tantos relatos de avistamentos de
OVNIS, contatos com seres que surgem de naves que descem do céu, abduções, a
tentativa de classificar esses relatos como absurdos ou sem explicação soa mais
como negação de uma realidade óbvia: a de que estamos sendo visitados por seres
extraterrestres inteligentes e evoluídos tecnologicamente.
A dificuldade de aceitar essa realidade tem origem
muito mais nos sistemas de crenças religiosos da maioria das pessoas ou do incorrigível
orgulho do ser humano, que tem dificuldade em aceitar que há seres muito acima
dele.
A Ciência também encontra grande dificuldade em
imaginar vida em outros mundos que seja diferente da vida que evoluiu em nosso
mundo, baseada em água, carbono e oxigênio. Creio que somente com o avanço dos
nossos conhecimentos e da nossa Ciência é que poderemos aceitar outras formas
de evolução da vida.
Há pouco tempo imaginávamos ser impossível haver
seres vivos que habitassem as regiões abissais dos nossos oceanos, até que
essas regiões foram visitadas por submarinos que suportassem altas pressões.
Estávamos enganados. Há centenas de espécies vivendo nessas regiões, seres que
parecem até alienígenas.
Acredito que, em breve, constataremos que estávamos
enganados, também, com relação à possibilidade de a vida se desenvolver em
mundos totalmente diferentes dos nossos. É só uma questão de tempo.