Poema de: Alexandre Paredes
Passam tantos pelas ruas
Com os passos apressados
E sob a força das agruras
Andam outros cabisbaixos
Muitos fogem de suas lutas
E do peso de seus fardos
Na corrida do dia a dia
Se esvai toda a alegria
Em nossa busca insana
De posição, riqueza, status
Beleza, grandeza, fama
Ou apenas prazer imediato
Quantos passam pela vida
Remoendo os seus erros
Cultuando suas feridas
Esquecidos de si mesmos
Indiferentes aos apelos
De suas almas queridas
A flor balança ao vento
O dia é ensolarado
Mas não vivemos o momento
Só futuro e passado
Não olhamos para dentro
Nem olhamos para o lado
Não vemos a chama viva
Do amor que em nós habita
Não prestamos atenção
No bater do coração
Nem no ar que se respira
Nem na voz que nos inspira
Não miramos a verdade
Nem Aquele que nos criou
Somente a dor que nos invade
Ou a felicidade que não vingou
Só vemos a porta que não se abre
Ou o caminho que se fechou
Em nossa sede de bem-estar
Nos esquecemos de buscar
A riqueza que nunca perece
A beleza que não envelhece
A alegria de fazer o bem
E a de amar sem olhar a quem
Em nossa ânsia de conquista
Deixamos perder de vista
O que é real e verdadeiro
O que realmente tem valor
De que adianta o mundo inteiro
Sem termos paz interior?
Ela não se compra, não se vende
Nem é privilégio de alguém
A gente a encontra quando entende
Que quem mais a dá, mais a tem
E sobretudo quando aprende
A por tudo agradecer também
A paz não é como um lugar
Que um dia vamos alcançar
Não importa o quanto se ande
Ela não está em um destino
Nem é um sonho que se satisfaz
Pois como já dizia Gandhi:
“Não há um caminho para a paz
A paz é o caminho”.
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