quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Poderoso Medicamento

Bula: Alexandre Paredes.



Não tem contra-indicação.

Pode ser utilizado a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.

Pode curar todos os males com uma pequena dose, mas pode não fazer efeito nenhum, mesmo quando utilizado em grandes quantidades, pois tudo depende da qualidade da dose.

Na maioria das vezes, não cura mal nenhum, mas é um excelente colírio que nos faz enxergar os males de outra forma.

É um excelente purificante para os problemas do coração; é um ótimo tônico, revigorante e calmante; auxilia no combate ao desânimo, ao estresse e à fraqueza em geral.

Auxilia nossos mecanismos de defesa em todos os sentidos e acelera o processo de cicatrização de feridas.

Alivia os sintomas de opressão no peito, ansiedade, depressão.

Ajuda a eliminar o excesso de peso, especialmente daquele decorrente da retenção de mágoas e apegos inúteis; reduz o apetite pelas coisas inquietantes do mundo.

É bom para a memória, pois nos faz recordar coisas boas há muito tempo esquecidas e também de alguns de nossos erros que insistimos em não lembrar.

Excelente para combater o envelhecimento precoce, pois auxilia a dissolver emoções e pensamentos tóxicos.

Mas só funciona mesmo quando confiamos nos seus efeitos e quando fazemos a nossa parte.

Não custa nada e não se encontra em nenhuma farmácia, pois é um remédio caseiro. Entretanto, é necessária uma boa preparação para utilizá-lo adequadamente, especialmente fazendo uma boa limpeza interior.

Esse poderoso medicamento chama-se...


PRECE.


Fabricante: Deus.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Confissões

Texto: Alexandre Paredes















Me arrependo mais do que falo do que pelo que calo.
Sei mais do que não sei do que do que sei.
Tenho menos que quero; mais do que mereço; exatamente o que preciso.
Me prendo mais àquilo que me liberta.
Tenho mais apreço por tudo o que não tem preço.
Me importa mais o que mereço do que o que ganho.
Procuro ser melhor do que fui, e não melhor do que ninguém.
Só tenho dois inimigos a vencer: meu orgulho e meu egoísmo.
Invejo todos aqueles que não invejam.
Espero da vida o que não espero.
Tento ser o que realmente sou.
Almejo aquilo que não vejo.

Busco a felicidade não nas coisas,
mas, em todas as coisas, ser feliz.

domingo, 11 de agosto de 2013

Paz

Poema de: Alexandre Paredes



Passam tantos pelas ruas
Com os passos apressados
E sob a força das agruras
Andam outros cabisbaixos
Muitos fogem de suas lutas
E do peso de seus fardos

Na corrida do dia a dia
Se esvai toda a alegria
Em nossa busca insana
De posição, riqueza, status
Beleza, grandeza, fama
Ou apenas prazer imediato

Quantos passam pela vida
Remoendo os seus erros
Cultuando suas feridas
Esquecidos de si mesmos
Indiferentes aos apelos
De suas almas queridas

A flor balança ao vento
O dia é ensolarado
Mas não vivemos o momento
Só futuro e passado
Não olhamos para dentro
Nem olhamos para o lado

Não vemos a chama viva
Do amor que em nós habita
Não prestamos atenção
No bater do coração
Nem no ar que se respira
Nem na voz que nos inspira

Não miramos a verdade
Nem Aquele que nos criou
Somente a dor que nos invade
Ou a felicidade que não vingou
Só vemos a porta que não se abre
Ou o caminho que se fechou

Em nossa sede de bem-estar
Nos esquecemos de buscar
A riqueza que nunca perece
A beleza que não envelhece
A alegria de fazer o bem
E a de amar sem olhar a quem

Em nossa ânsia de conquista
Deixamos perder de vista
O que é real e verdadeiro
O que realmente tem valor
De que adianta o mundo inteiro
Sem termos paz interior?

Ela não se compra, não se vende
Nem é privilégio de alguém
A gente a encontra quando entende
Que quem mais a dá, mais a tem
E sobretudo quando aprende
A por tudo agradecer também

A paz não é como um lugar
Que um dia vamos alcançar
Não importa o quanto se ande
Ela não está em um destino
Nem é um sonho que se satisfaz
Pois como já dizia Gandhi:
“Não há um caminho para a paz
A paz é o caminho”.

domingo, 21 de julho de 2013

Vou seguindo

Letra e Música: Alexandre Paredes
Interpretação: Alexandre Paredes e Débora Sanches


VOU SEGUINDO

Quando a dor rouba as flores de nosso jardim
Ressecando as mais belas manhãs
Logo quando o caminho começa a florescer
É a vida que se esconde por trás da tristeza
Esperando o tempo chegar
Pra revelar toda a beleza
De um coração cansado de chorar
Tanta amargura

Entre as luzes das estrelas
Entre as pedras do destino
Não estamos sós
E sei que o amor é a razão

Da existência e do que ainda não existiu
Do sol que ilumina e aquece
Da noite que guarda e promete o amanhacer
Onde há vida, sempre há luta
Mas sempre há o amor
E o tempo é a chave que vai
Nos levar à verdade em nós
É o mesmo Deus por trás da Criação
E da criatura

Pelos campos, pelos rios, pelos pântanos...
Vou seguindo essa luz que vem de dentro
E está, e estará onde a gente estiver
Não haverá um pedaço de chão pra encontrar
A felicidade está em nós
Agora é só plantar

Entre as flores e os espinhos
Vou plantando, vou seguindo...
Entre a dor e a paz
Que existe em mim

Pelos campos, pelos rios
Vou cantando, vou seguindo...


sexta-feira, 22 de março de 2013

Quem sou eu

Poema de: Alexandre Paredes







Quem sou eu?
Essa imagem no espelho?
A cor da pele, o cabelo?
Silhueta perfeita?
Gordurinhas à espreita?
O que não quero ver?

Quem sou eu?
O carro na garagem?
Roupas caras, viagens?
Apenas belas miragens
Do que quero parecer?
Por que preciso ter?

Quem sou eu?
O troféu na estante?
A glória de um instante?
O diploma na parede?
Meu profile na rede?
O que não consigo ser?

Quem sou eu?
A palavra polida?
Vocabulário distinto?
Escondendo a desdita
Camuflando o instinto?
O que tento esconder?

Não, não sou nada disto
Sou apenas rabisco
Um esboço imperfeito
De um constante vir a ser
Sou o que trago no peito
Sou Universo escondido
De sonhar e querer
Sou o verso infinito
Sou o rimar do meu jeito

O que fui já não sou mais
Mesmo o de minutos atrás
E o que quero ser ainda não sou
Sou o que há por trás
Do transitório, imperfeito, da aparência
Sou o que vive, sobrevive, sou essência
Apenas sou

Quando quero ser alguém
Esqueço que alguém já sou
Único, singular, diferente
Mas, em essência, igual a toda gente

Quando quero ser alguém
Em vão, me procuro em toda gente
E me perco em qualquer parte
E me afasto de mim mesmo

Quando busco ser eu mesmo
Então, me vejo em toda gente
E me encontro em qualquer parte
E consigo ir além

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Escolhas

Texto de: Alexandre Paredes
                                  












Pessoas irão ofender, magoar e até desprezar você.
Mas você escolhe se vai revidar, ofender ou manter-se íntegro.

Você não pode evitar que os ressentimentos sondem seu coração.
Mas você escolhe se eles farão nele morada ou não.

Você não pode impedir que as pedras do caminho o derrubem de vez em quando.
Mas é você quem decide se vai levantar ou ficar no chão se lamentando.

É possível que, em algum momento, você se sinta derrotado diante das batalhas da vida.
Mas você é quem decide se vai continuar lutando ou dar-se por vencido.

Muitas vezes, você não conseguirá segurar as lágrimas a escorrerem pela face.
Mas, entre o caminho da revolta ou o do aprendizado com a dor, a escolha é sua.

Certamente, um dia desses, você irá errar novamente, mesmo querendo acertar.
Mas você escolhe entregar-se ao remorso destrutivo ou ao arrependimento saudável e sincero.

Inevitavelmente, um dia, você irá tomar consciência de toda a extensão de suas imperfeições.
Mas você é quem escolhe se vai reconhecê-las e procurar ser uma pessoa melhor, ou continuar mentindo para si mesmo.

Você pode até não ser o que você quer.
Mas está em suas mãos escolher o que você quer ser.