Texto de: Alexandre Paredes
A violência não é uma demonstração de força, mas de fraqueza. A atitude de cólera ou brutalidade demonstra desespero ante as lutas da vida e falta de confiança em si mesmo. O homem violento procura suprir, por meio da violência, a força que lhe falta. Aquele que confia na sua força interior é sempre calmo, pois tem convicção de que alcançará o objetivo visado.
Quem usa de arrogância, deixa patente que não possui autoridade verdadeira, nem a liderança natural dos verdadeiros líderes. Precisa impor-se por meio de uma falsa grandeza, que apenas irrita, afasta, desagrega.
Chorar não é sinônimo de fraqueza; significa apenas que somos seres humanos, que sentimos. Muitas vezes, há mais coragem em mostrar os próprios sentimentos, ou as “fraquezas”, do que em escondê-las de nós mesmos. Aquele que apenas as esconde, parece forte, mas sucumbe diante das menores tempestades da vida.
O homem humilde é forte. Mesmo ofendido, não se ofende, mesmo humilhado, não se sente como tal; está sempre sereno; não sofre com o que não tem, nem pelo que o outro tem. É inabalável, enquanto o orgulhoso é facilmente ferido.
Aquele que se fere com facilidade demonstra não conhecer a si mesmo ou dá razão àquele que ofende. Quem se conhece profundamente não se abala com ofensas, nem se regozija com elogios, pois tanto um quanto outro não alteram, em essência, o que somos de fato.
Quem perdoa liberta-se de um espinho cravado no peito. E quem é livre tem mais força para viver do que o escravo de seus próprios ressentimentos.
Há mais coragem em ser ofendido e não ofender, em calar-se quando alguém que perdeu o governo sobre si mesmo fala tolices sobre nós, do que em retribuir insulto por insulto, tolice por tolice.
A coragem, às vezes, é saber sorrir quando o mundo parece desabar. Às vezes, é saber demonstrar que sente, que chora e também erra.
A verdadeira coragem não é a daquele que nada teme, mas, sim, a daquele que enfrenta os próprios medos, pois quem nada teme não precisa de coragem alguma.
A rocha é o símbolo da força, mas a água que, no transcorrer dos milênios, perfura e molda a rocha, é o símbolo da coragem e da perseverança. Quem é mais forte? A planta flexível e humilde, rasteira, que se curva perante o temporal devastador ou o tronco rígido da árvore soberba, imponente e solitária, que se parte diante das tempestades da vida?
Há mais coragem quando se enfrenta a si mesmo do que quando enfrentamos o mundo. Aquele que luta contra o outro, está fugindo de si próprio, de sua luta interior. Mas, quando vencemos a nós mesmos, nosso orgulho e egoísmo milenares, cessam nossas lutas contra nosso próximo.