domingo, 27 de março de 2011

Sei que queres voar

Trecho do show que fiz com o Eduardo Braga na Florida em 2008.

A música foi premiada pelo Festival de Música da FENABB 2003.

Fez parte do CD Brasil de Todos os Cantos, que teve a participação de compositores e intérpretes de todo o País, tendo, inclusive a participação de Fagner e Zeca Balero.


Letra e Música: Alexandre Paredes

Meu pequeno amigo que bom te ver
O que será que há por trás desses olhos tristes?
Pena bege, amarelo e marrom
Esse canto é o mais belo dom que existe

Nessa gaiola tão enfeitada
Sei que queres voar
E quando esse dia chegar
Quero ir também

Meu pequeno amigo que bom te ver
Hoje eu quero estar mais perto de você
No seu lugar
A liberdade é tão fácil de se ver
Mas quando me pergunto não sei dizer
Onde ela está

Nessa gaiola de seda e ouro
Ou no pensamento que alça vôo?
Só sei que quero voar também

sábado, 19 de março de 2011

A força e a coragem

Texto de: Alexandre Paredes


A violência não é uma demonstração de força, mas de fraqueza. A atitude de cólera ou brutalidade demonstra desespero ante as lutas da vida e falta de confiança em si mesmo. O homem violento procura suprir, por meio da violência, a força que lhe falta. Aquele que confia na sua força interior é sempre calmo, pois tem convicção de que alcançará o objetivo visado.

Quem usa de arrogância, deixa patente que não possui autoridade verdadeira, nem a liderança natural dos verdadeiros líderes. Precisa impor-se por meio de uma falsa grandeza, que apenas irrita, afasta, desagrega.

Chorar não é sinônimo de fraqueza; significa apenas que somos seres humanos, que sentimos. Muitas vezes, há mais coragem em mostrar os próprios sentimentos, ou as “fraquezas”, do que em escondê-las de nós mesmos. Aquele que apenas as esconde, parece forte, mas sucumbe diante das menores tempestades da vida.

O homem humilde é forte. Mesmo ofendido, não se ofende, mesmo humilhado, não se sente como tal; está sempre sereno; não sofre com o que não tem, nem pelo que o outro tem. É inabalável, enquanto o orgulhoso é facilmente ferido.

Aquele que se fere com facilidade demonstra não conhecer a si mesmo ou dá razão àquele que ofende. Quem se conhece profundamente não se abala com ofensas, nem se regozija com elogios, pois tanto um quanto outro não alteram, em essência, o que somos de fato.

Quem perdoa liberta-se de um espinho cravado no peito. E quem é livre tem mais força para viver do que o escravo de seus próprios ressentimentos.

Há mais coragem em ser ofendido e não ofender, em calar-se quando alguém que perdeu o governo sobre si mesmo fala tolices sobre nós, do que em retribuir insulto por insulto, tolice por tolice.

A coragem, às vezes, é saber sorrir quando o mundo parece desabar. Às vezes, é saber demonstrar que sente, que chora e também erra.

A verdadeira coragem não é a daquele que nada teme, mas, sim, a daquele que enfrenta os próprios medos, pois quem nada teme não precisa de coragem alguma.

A rocha é o símbolo da força, mas a água que, no transcorrer dos milênios, perfura e molda a rocha, é o símbolo da coragem e da perseverança. Quem é mais forte? A planta flexível e humilde, rasteira, que se curva perante o temporal devastador ou o tronco rígido da árvore soberba, imponente e solitária, que se parte diante das tempestades da vida?

Há mais coragem quando se enfrenta a si mesmo do que quando enfrentamos o mundo. Aquele que luta contra o outro, está fugindo de si próprio, de sua luta interior. Mas, quando vencemos a nós mesmos, nosso orgulho e egoísmo milenares, cessam nossas lutas contra nosso próximo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Laços

Texto de: Alexandre Paredes

Estou preso a ti assim como as abelhas estão presas às flores.
Estou preso a ti assim com o pintor está preso ao pincel; como toda beleza está presa às cores, e, como toda cor, submissa ao azul do céu.

Estou preso a ti por laços muito fortes, talvez, os mais fortes...

Não se parecem com correntes, pois são leves como o vento e sutis como o pensamento.

Porém, são fortes como o aço, talvez, mais fortes...

Ninguém pode destruí-los, derretê-los, rompê-los, quebrá-los ou modificá-los, pois não têm forma.

Estou preso a ti por laços muito grandes, porém, não têm tamanho nem espessura.

Estou preso a ti por laços que não perecem nem envelhecem, mas, sim, se renovam.

Tão fortes são... e por que não dizer eternos?

Estou preso a ti por laços que não escravizam nem acorrentam, mas sim, libertam.
Libertam do medo de viver, do medo de ser eu mesmo... do medo de ser livre.

Você então me dirá que esses laços estão na imaginação. E por que não dizer em nosso coração?

Esses laços foram criados pelo mais puro sentimento, e que o tempo jamais irá apagar.
Esses laços estarão onde você estiver e irão aonde você for, pois esses laços foram criados pelo que há de mais belo nesta vida: estes são os laços de amor.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Crença

Texto de: Alexandre Paredes

Não te inquietes em convencer o companheiro a seguir tua crença. Demonstrarás, de fato, tua crença quando procurares exemplificar aquilo que crês.

Como poderás demonstrar a existência de um Deus Pai, de infinita bondade e justiça, se não ages como irmão do teu irmão? se te revoltas ante os seus desígnios? Como pensas em ensinar a realidade da vida futura apegando-se às coisas da vida material? Como queres divulgar as tuas verdades se ainda não as colocastes em teu coração?

Certamente que não devemos, por isso, buscar a estagnação do bem, cruzando nossos braços perante a tarefa de iluminação, consolação e esclarecimento, mas como exigir a transformação moral do outro sem realizarmos a nossa própria transformação moral?

A história da humanidade está repleta de exemplos de guerras, assassinatos e torturas em nome da religião. Em nosso passado obscuro, e ainda hoje, temos misturado a mensagem cristalina da fé ao terreno lamacento das vaidades, da prepotência, do sectarismo.

Será por uma falha das religiões? Não. É porque o homem tem moldado a religião segundo seus interesses, em vez de moldar a si mesmo segundo os preceitos ensinados. É porque temos relegado sempre para segundo plano a tarefa de nos reformar interiormente. Preferimos reformar primeiro o nosso companheiro, a comunidade, a sociedade, o país, o mundo.

Queremos, cada vez mais, aumentar o número de adeptos de nossa crença particular, acreditando que, assim, a paz se estabelecerá na face da Terra. Enquanto não nos reformarmos, encontraremos em nosso grupamento religioso um grande número de adeptos, simpatizantes, pensadores notáveis, oradores eloqüentes, hábeis escritores, trabalhadores de valor e pseudo-sábios, mas não de pessoas de bem.

De que adiantará as igrejas estarem cada vez mais cheias se os corações permanecerem vazios? se não diminuir a orfandade, a prostituição, a miséria, a corrupção? se as famílias continuarem se desfazendo no egoísmo, na incompreensão e na intolerância? se não houver em nosso coração espaço para o perdão e para o amor?

O dia em que o homem tomar por regra de conduta o “fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem”, as igrejas serão transferidas dos templos de pedra para o templo interno do coração; o homem não mais procurará Deus em imagens de madeira, objetos ou símbolos, pois encontrará o Criador no santuário da própria alma, despertando em si uma face até então adormecida: a sua face divina.

domingo, 6 de março de 2011

Aviso do tempo

Música de: Alexandre Paredes, Eduardo Braga, Vilma Bittencourt e Mônica Campetti
Letra: Mensagem de Emmanuel / Chico Xavier
Arranjo Vocal: Eduardo Braga




Este é o vídeo de um show do Quarteto Intuição, do qual faço parte, realizado em 2005.
Essa música - Aviso do Tempo - foi feita pelo grupo em forma de oficina.

Da esquerda para a direita: Vilma Bittencourt, eu (Alexandre Paredes), Eduardo Braga e Débora Lícia.




Aviso do Tempo
Mensagem de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier

O tempo endereça às criaturas
O seguinte aviso em cada alvorecer:
"Certamente, Deus de concederá
outros dias, outras oportunidades de trabalho.
Mas faze agora todo o bem que puderes
porque dia igual ao de hoje só terás uma vez".

sábado, 5 de março de 2011

Lei de amor

Texto e Animação: Alexandre Paredes


Este é um texto em pps que fiz em 1999, que, na época, teve boa repercussão na Internet. Minha amiga Elda Evelina gentilmente tranformou-o em vídeo para mim. Obrigado, Elda! Um abraço.



Quando o amor ainda está mesclado
Com os impulsos do instinto e do desejo,
Nós o encontramos sob o nome de PAIXÃO.

Quando o amor traduz afinidade,
Carinho e respeito mútuo,
Nós o chamamos de AMIZADE.

Quando o amor resvalar pelos caminhos
áridos do ciúmes e da posse,
ele aprisiona, e é quando encontramos o APEGO.

Quando o amor liberta,
Nós o chamamos de RENÚNCIA.

Quando o amor ainda está fechado em si mesmo,
Como semente escura e enclausurada,
Nós o chamamos de EGOÍSMO.

Quando o amor se expande como um SOL ardente,
Em benefício do semelhante, torna-se divino,
E o chamamos de CARIDADE.

O ÓDIO é apenas a
Ausência do amor, assim
Como a sombra é a ausência
de luz, ou então...
... é o amor traído e, por
isso mesmo, tempestuoso.

O amor é como o sol...
... está por toda a parte.
A diferença está na maneira como o refletimos

O amor é a força que une os mundos ...
até mesmo, mundos tão diferentes,
como eu e você...
... está presente nos pequenos seres...
... e até nos recantos mais escondidos do coração.

Quando nos afastamos desse AMOR,
Sentimos o frio e a infelicidade na alma

Essa é a LEI da vida...
Estamos imersos nesse AMOR.
Vivemos dele...
E é para ele o destino de todos nós.

AMAI-VOS,
Vós sois amor!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Aproveita a vida

Texto de: Alexandre Paredes



O momento é de alegria?
Procura estendê-la àqueles que te cercam, secando lágrimas ou fazendo alguém mais feliz.
Aproveita a oportunidade para edificar a tua própria felicidade sobre bases sólidas.

O momento é de aflição?
Aproveita a oportunidade para fortalecer a tua fé no Criador da Vida, que tudo criou com fins elevados.
Se atravessares esse momento com resignação, trabalhando e servindo, sairás mais fortalecido.

Alguém te traiu a confiança?
Não percas a chance que a vida te dá e perdoa incondicionalmente.
Aquele que hoje perdoa liberta-se de pesadas dívidas contraídas perante a própria consciência.

Estás doente?
Aproveita o momento para cultivar o dom da paciência e para entender melhor o valor da saúde.
Diante da escravidão do corpo, poderás compreender melhor a única liberdade real: a da alma.

Tens saúde?
Então não deixes de buscar a harmonia, o máximo que puderes, em teus gestos, palavras, atos e pensamentos.
Saúde é harmonia perante a vida e não existe harmonia sem amor, assim como não há amor sem serviço ao próximo.

Alguém te insultou?
Aproveita a oportunidade para, desta vez, não revidar, no desastroso embate do mal contra o mal.
Aquele que já consegue reagir pacificamente demonstra ter atingido a maior de todas as conquistas: a vitória sobre si mesmo.

Erraste?
Aproveita o momento e, desta vez, não te percas em lamentações ou justificativas.
Procura ir mais longe. Vai às origens do mal, atendendo ao chamado do “conhece a ti mesmo”, para que possas corrigir-te com sabedoria. Quem se lamenta ou se justifica fica apenas na superfície de si mesmo e perde a oportunidade de aprender com os próprios tropeços.

Riqueza ou pobreza, poder ou subordinação, sucesso ou fracasso, são apenas experiências transitórias que cursamos na escola da vida, preparando-nos para uma vida maior.

As situações que vivemos nunca são ruins. Boa ou ruim é a maneira como agimos ou reagimos diante das situações.

Amanhã ou hoje mesmo, quando teus olhos se fecharem e tua voz não mais puder falar, tuas obras falarão por ti e te situarão nas moradas onde é permanente a paz, a felicidade, a harmonia... se, realmente, tiveres aproveitado a vida.