Texto de: Alexandre Paredes
O que mais assusta não é a velocidade do vírus, mas a virulência do ódio.
O que mais mata não é a doença em si, mas a indiferença de alguns
governantes.
O que mais inquieta não é o avanço da pandemia, mas o avanço da
ignorância, do negacionismo e das teorias da conspiração.
O que mais dói não são as aflições do contágio, mas ver a insensibilidade
de alguns perante a aflição de tantos.
O que mais assombra não é o tamanho do desafio, mas perceber que não
estamos unidos para enfrentá-lo.
O que mais consola não é saber que logo tudo voltará a ser como antes,
mas, justamente, reconhecer que, depois de tudo isso, o mundo não será mais o
mesmo.
O que mais encoraja não são as palavras de otimismo e de esperança de
alguns, mas o trabalho silencioso de pessoas anônimas, que atuam na linha
de frente: enfermeiros, médicos, coveiros, lixeiros, bombeiros e heróis da
solidariedade.
O que mais dá esperança não são as promessas de vacina ou de cura, mas a
certeza de que as aflições coletivas são grandes oportunidades de correção de
rumos.
O que mais alegra não é somente ver os aplausos aos profissionais de saúde, as cantorias nas janelas e as “lives” nas redes sociais, mas observar que, apesar do isolamento e da distância social, a mesma dor em comum nos tem feito perceber que somos uma só humanidade.
O que mais fortalece nossa fé não é crer que o mal ou a morte não baterão
à nossa porta, mas a convicção de que a morte não existe, de que nenhuma dor
chega-nos por acaso e que toda provação é um instrumento para a nossa educação
espiritual, a fim de que nos tornemos pessoas mais felizes perante a
eternidade.