Texto de: Alexandre Paredes
Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, nem de fracasso, nem de que “sou
uma pessoa com problemas”. Buscar ajuda é reconhecer que precisamos armazenar
para doar, reter para espraiar, iluminarmo-nos para iluminar; precisamos ter
onde nos apoiar para poder socorrer quem está se afogando, pois ninguém ajuda
uma pessoa que esteja nessa situação se estiver se afogando também.
Então se tratar não é sinônimo de ser um problema, buscar ajuda não é um
fracasso, cuidar de si mesmo não é egoísmo. Muito pelo contrário, ter
autocuidado é cuidar indiretamente daqueles que nos cercam, e a falta de
autocuidado é, geralmente, acarretar problemas ou sobrecargas a quem está ao
nosso lado. Um violino desafinado pode prejudicar toda uma orquestra.
A vida é um processo constante de dar e receber. Ninguém consegue só
doar o tempo todo, dar frutos o tempo todo, ter excelência o tempo todo, estar
bem o tempo todo. Nenhuma árvore dá frutos o ano inteiro, e o fruto leva tempo
para chegar, pois precisa passar por um processo: A planta precisa germinar,
crescer, florescer, para então dar frutos.
A natureza nos dá exemplos dessa troca permanente, desse dar e receber:
As flores abrem-se para o mundo e doam seu pólen, suas cores vibrantes, seu perfume;
as abelhas polinizam as flores; os animais alimentam-se dos vegetais e espalham
suas sementes; estas, por sua vez, precisam da terra, da água e do Sol, para
brotarem e fixarem raízes.
Assim, buscar os recursos da natureza, de profissionais terapeutas, buscar
o auxílio de outras pessoas e instituições que estejam em condições de nos
ajudar, para encontrar mais harmonia, mais autoconhecimento, maior consciência
no viver, mais compreensão das nossas dores e os caminhos que podemos tomar
para amenizá-las, é apenas obedecer a uma lei geral da natureza.
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