Texto de: Alexandre Paredes
A felicidade é o destino de todas as criaturas, mas o caminho cada um é quem faz. Quanto tempo levaremos até chegar lá? Quantas vidas? Só o tempo dirá. Ou melhor, só o que fizermos do nosso tempo é que vai determinar quanto tempo levaremos para reencontrarmos, em toda a plenitude, o Eterno, quando, então, não haverá mais o tempo, mas apenas a eternidade.
O que temos feito desse dom precioso, o nosso tempo?
A maioria de nós dedica quase todo o tempo, os esforços, as energias, à edificação de coisas que efetivamente o tempo irá levar: bens materiais, status, cargos, glória, fama, beleza física, poder, dinheiro...
Muitos há que passam quase todo o tempo à procura de passatempos. E, de passatempo em passatempo, um dia, o tempo passa e nada edificaram, nada viveram.
Quantos vivem do tempo que já passou, ou do tempo que virá, e negligenciam o presente, deixando passar a oportunidade da vida. Vivem da culpa, do remorso, do ressentimento, da saudade, revivem a dor ou a felicidade de outrora, ou vivem a preocupação pelo dia de amanhã, a ansiedade pelo futuro, muitas vezes sombrio, outras vezes atraente e encantador. O passado é só o rascunho do hoje e o amanhã será apenas a conseqüência do que semearmos agora.
Encontramos, ainda, os que estão sempre correndo contra o tempo, esquecidos de que o tempo é dádiva da vida a nosso favor. Não têm tempo para a família, nem para o próximo, nem para si mesmos, nem para falar com Deus. Dia chegará em que perceberão que não há mais tempo, diante do inverno da vida ou da porta do túmulo. Terão de recuperar o tempo perdido em nova existência.
Pela esteira do tempo, passam os nomes de grandes conquistadores, reis, dominadores invencíveis, venerados pelo mundo e suas glórias transitórias, daqueles que edificaram sua casa sobre a areia; homens que foram grandes e fortes perante os homens, mas que não resistiram ao último suspiro. E se tornaram esquecidos, pelo tempo...
Mas é também pela bênção do tempo que a pedra bruta torna-se diamante, o pecador arrepende-se e redime-se, o verme torna-se anjo, as feridas cicatrizam, o ignorante adquire sabedoria, a dor revela-se medicamento benfeitor a corrigir nossos desatinos, a flor gera o fruto, o fruto gera a semente, a semente renova a vida.
O tempo passa e nos damos conta da brevidade da vida física, mas também da eternidade da vida espiritual e de que a morte não existe, mas apenas a transformação, constante e permanente. A imortalidade é o presente de Deus para suas criaturas. A nossa evolução e aperfeiçoamento espirituais são as únicas fatalidades em nossas vidas.
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