domingo, 23 de outubro de 2011

A centelha do bem

Texto de: Alexandre Paredes

Quando acendemos uma luz a fim de iluminar o caminho do companheiro de jornada, estamos iluminando o nosso próprio caminho.
A centelha da esperança que acendemos hoje no coração de alguém poderá ser, amanhã, um farol a guiar nossos passos, acenando ao longe, quando estivermos perdidos na escuridão das tempestades da vida.
O sorriso ameno endereçado ao irmão que caminha sob o fardo do mundo consistirá em estímulo renovador, e servirá de alívio à nossa própria dor.
O gesto fraterno, realizado com simplicidade e desinteresse, ficará gravado nas consciências do beneficiado e do benfeitor, para sempre, como um exemplo vivo a ser seguido.
O conselho sincero e amigo poderá não solucionar as intricadas questões do próximo, mas, sem dúvida, poderá clarear-lhe os pensamentos, a fim de tomar boas resoluções, e nos facultará ver, com mais exatidão, a pequenez de nossos problemas.
O prato de comida oferecido, com respeito, ao transeunte faminto, e preservando-lhe a dignidade, poderá não resolver o problema da fome no mundo, mas poderá evitar a prática de um crime ou a queda de alguém no caminho da revolta e, certamente, renovará as energias que sustentam a nossa alma.
Todo trabalho realizado em benefício de nós mesmos ou de outrem é proveitoso, mas a gota de caridade real e verdadeira, depositada no mundo que nos cerca, será sempre um bem eterno.
A renovação do mundo ou a transformação da humanidade, embora peçam nossa colaboração, pertencem a Deus, mas o bem que está ao nosso alcance realizar agora cabe somente a nós mesmos.
            Poderemos, agora mesmo, acendendo uma pequena fagulha do bem, dissipar trevas, abrir novos caminhos, iluminar novos horizontes, entretanto, para a permanência por tempo indeterminado nos degraus mais dolorosos da existência, bastará a inércia.