quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não tema

Texto de: Alexandre Paredes


Não tema o mal que lhe possa advir.
Mas tema permanecer imóvel ante a oportunidade de fazer um bem.

Não tema a solidão.
Contudo, receie isolar-se no espinho do egoísmo, que sufoca o direito e a necessidade de outrem.

Não tema a morte.
Tenha medo, sim, de passar pela vida e não viver.

Não tema a vida.
Mas receie sepultar a alma na fuga do vício.

Não tema errar.
No entanto, previna-se contra a pretensão à infalibilidade, que, na verdade, é apenas excesso de amor próprio.

Não tema o futuro.
Tema negligenciar o presente.

Não tema a dor, nem a miséria, nem a prova...

O mal que nos atinge é sempre um bem quando o encaramos como uma oportunidade de educar nosso espírito, transmutar valores, adquirir sabedoria.

Entretanto, o mal que parte de nós é sempre uma semente jogada no tempo, cuja colheita será inevitável.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Caminho do meio

Texto de: Alexandre Paredes


Ser justo, mas com amor.
Amar, mas sem aprisionar.
Amparar, mas sem fazer pelo outro o que ele deve fazer por si mesmo.
Ajudar, mas sem tirar do outro o direito de escolher seu próprio caminho.

Perdoar, mas sem ser conivente com o mal.
Esquecer o mal, mas sem ser indiferente a ele.
Ser pacífico, mas não passivo diante dos acontecimentos.
Cultivar a não violência, mas sem violentar a si mesmo.

Lutar com coragem, mas aceitar a derrota como parte das experiências da vida.
Ter coragem de enfrentar os próprios limites, mas também de reconhecer as próprias fraquezas.
Servir ao dever, mas sem ser oprimido por ele e sem escravizar-se a coisa alguma.

Viver com prazer, mas não viver em função dele.
Ser simples e humilde, o que não significa andar mal vestido ou descuidar-se de si mesmo.
Conservar puro o coração, o que não significa esconder de si os próprios sentimentos.

Crer em Deus, mas sem atribuir a Ele aquilo que nos compete.
Cultivar a fé, mas sem abdicar da razão.
Caminhar com equilíbrio, eis o nosso maior desafio.
Sem equilíbrio, tombamos sempre ...
... para um lado... ... ou para outro.


Amor... Sabedoria.
Bondade... Justiça.
Sentimento...Razão.
Harmonia.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O segredo

Texto de: Alexandre Paredes


O segredo da felicidade não é segredo; só é preciso silenciar e escutar, pois a natureza fala baixinho.
Para aprender, é preciso escutar.
Para crescer, é preciso reconhecer-se pequeno.
Para receber a água pura e cristalina, é preciso esvaziar a taça, a fim de que o líquido precioso não se misture às impurezas do recipiente.
Para alcançar sabedoria, é preciso esvaziar a taça dos nossos velhos conceitos e preconceitos, que nos têm levado sempre aos mesmos caminhos e lugares que já conhecemos.
Para que algo melhor chegue à nossa vida, é preciso nos desapegar das coisas velhas e inúteis; do contrário, o velho não dará espaço ao novo que quer entrar.
Só conseguiremos sentir, vivenciar o amor e sermos amados plenamente se nos libertarmos dos ressentimentos, do egoísmo, da incompreensão, do orgulho e da indiferença que poluem os nossos corações.
Só nos será possível enxergar a beleza da vida e a perfeição da natureza e da criação quando nos libertarmos de nossas imperfeições, que são como sombras cobrindo nossa visão.
O barulho de nossas emoções do dia a dia impede-nos de auscultar as irradiações sublimes dAquele que nos criou para sermos felizes.
O tumulto incessante de nossas lamentações e de nossos pedidos inquietantes aos céus impede-nos de ouvir as suas respostas às nossas súplicas e de perceber que o Alto está conosco o tempo todo; nós é que nem sempre estamos com Ele em nossos pensamentos e atos.
Por isto, silencia e ouve a voz que fala em mim, em ti, em tudo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Era de luz

Letra e Música: Alexandre Paredes





















É final, sinal de uma nova era que virá
Herdará a nossa terra quem tiver no coração
A mansidão, o bem e o amor
Deixar para trás a dor e a ilusão

O último bonde vai passar
Levando quem não tiver em si
A era de regeneração

Da escuridão nasce uma estrela
É nossa Terra de amanhã
Deixa eu contar, não há nenhum segredo
Busca a luz quem quer a luz

Toda luz nasceu, um dia, em meio às trevas
Se hoje a dor parece mais forte
É porque espera de todos nós
A decisão de renovação
Plantar a semente viva do amor

Da tempestade nasce a flor
E sem alarde há de surgir
O bem, a verdade, a paz e a luz

Da escuridão nasce uma estrela
É nossa Terra de amanhã
Deixa eu contar, não há nenhum segredo
Busca a luz quem quer a luz


Esta música é o tema do meu primeiro CD.
O vídeo é do show que fiz com o Eduardo Braga na Florida, em Mar-2008.



O público era pequeno, mas muito receptivo, quase todo de brasileiros que moram lá.

Adorei realizar esse trabalho. Visitamos vários grupos espíritas em várias cidades da Florida, como Ligthhouse Point, Pompano Beach, Fort Myers e Orlando, nas quais realizei palestras e shows.

Tive a oportunidade, também, de fazer a prepação da palestra do Divaldo Franco. Seguem algumas fotos.

Um abraço a todos.






quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Em tudo

Texto de: Alexandre Paredes

Eu te vejo, Pai, na beleza da vida, na felicidade, na simplicidade do amor, na alegria, na calma, mas, também, na aspereza da dor, que educa e aperfeiçoa a minha alma.


Eu te vejo no sorriso ingênuo da criança, nas rugas do ancião, na lágrima que clama por justiça, na esperança... E na sublimidade do perdão.

Eu te vejo, meu Deus, na flor colorida, perfumada e bela; mas te encontro, da mesma forma, no espinho
que a sustenta e no adubo que fertiliza a terra.

Eu te encontro na mão amiga a me socorrer nos instantes de aflição, ou, ainda, naquele que me fere e que me faz sofrer, e se torna teu instrumento a fim de burilar o meu coração.

Posso te sentir no tempo que passa e que tudo transforma. Eu te vejo na luz do anjo ou nas sombras daqueles que ainda não sabem servir, mas vejo-te, também, na pedra, na planta, no verme que espera o porvir.

Eu te vejo na paz daquele que te encontrou; eu te vejo na inquietação, na angústia da busca e na busca que nos leva à perfeição.

Posso ver-te, Senhor, em tudo: na doença, na saúde, no remédio ou na cura, no dia ou na noite escura, na oportunidade da vida ou até mesmo na morte que nos faz conhecer a verdadeira vida.

Em tudo posso ver a tua bondade, a beleza da Criação e a perfeição de tuas leis, que nos conduzem à alegria permitindo a tristeza, que permitem alguns instantes de infelicidade para que possamos crescer e aprender, e sermos felizes para o resto da eternidade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Universo

Texto de: Alexandre Paredes


Nem tudo é como eu vejo
E o que eu vejo não é tudo
Mas um nada comparado a tudo o que existe
Ora, o nada não existe!
Pois, se existisse, faria parte
E deixaria de ser o nada
Para ser alguma coisa

Nada é coisa alguma
Tudo o que existe é alguma coisa
Até mesmo aquilo que eu creio não existir
Pois o que eu não creio ou que duvido existir
Faz parte de minhas crenças e, então,
Existe em alguma parte de mim
Se eu sou uma parte de tudo o que existe
O que é parte de mim existe em alguma parte do Universo

Tudo o que sinto e que percebo não é tudo
Mas apenas uma fração, uma parte
Uma parte do Universo, mas, também, um Universo à parte
Sem entender essa pequena parte que está dentro de mim
Não vou a parte alguma da parte que está fora de mim

Pois a parte que está dentro de mim é a parte que me cabe
E, se a parte que não me cabe, não cabe dentro de mim
Melhor eu entender primeiro tudo o que existe em mim
Para entender melhor tudo o que existe
Pois, se eu sou uma parte de tudo o que existe
Tudo que existe em mim também faz parte
E tudo que existe em tudo encontra-se, em parte, dentro de mim

Minha mente é minha lente
A janela pela qual vejo o Universo e o mundo ao meu redor
Tudo o que vejo, vejo segundo o que há em mim
Com a luz que me é própria ou com a escuridão que me cega
Meu coração me leva a qualquer parte
É o fio condutor que me liga ao Infinito
Me unindo à luz ou à escuridão que está em tudo
Conforme a luz ou a escuridão que está em mim

Meu corpo pode viajar pelos mundos, alcançar as estrelas
Mas não vou a lugar algum se meu coração
Estiver perdido ou enclausurado
Poderei estar preso dentro de mim mesmo ou
Perdido em meu Universo à parte

Estando perdido em mim
Nada me fará sentido e tudo me parecerá perdido
Melhor eu me encontrar primeiro
Para procurar sentido em tudo o que eu vejo

Meu pensamento é o que parte de mim
Mesmo não sendo eu mesmo
É parte de mim mesmo assim
Pois leva um pouco de mim ao espaço infinito
Um pouco de minhas qualidades, um pouco do que eu sou

Meu pensamento é minha criação
Mesmo aquele que não se concretizou
Que dizer então do Universo, que tem sentido e se concretizou?
Que é belo, que é infinito, que é perfeito
Se eu ainda não encontrei sentido no Universo, na sua perfeição
É porque ando perdido na minha imperfeição

O Universo é criação
É o pensamento dAquele que o criou
Mesmo não sendo Ele mesmo a sua própria criação
Sua criação é parte dEle mesmo assim
Porque tudo traz em si o pensamento do Criador
E se, em tudo, vejo o Criador
Vejo o Criador, também, dentro de mim

Tudo o que o homem criou, criou primeiro no seu pensamento
Desde a mais simples caneta ao mais alto edifício
Nasceram primeiro no pensamento de quem os criou
A grandeza das coisas não está no seu tamanho
Mas no pensamento, que revela o criador

O que é mais belo e fascinante no Universo
Não é o seu tamanho, mas sua grandeza
Grandeza que se encontra desde a simples partícula
À galáxia mais distante
Pois, nas pequenas e nas grandes coisas
Encontro a existência de leis
Leis complexas, leis perfeitas
Leis que ainda desconheço
Leis que tudo regulam, que tudo explicam
Leis que só não explicam a existência das próprias leis

Leis que promovem o equilíbrio e a continuidade das coisas
E são essas leis que denotam a existência de um Pensamento Único
Pois se não partissem de um Pensamento Único
Logo, tudo estaria em conflito
E tudo tenderia ao fim, e não ao Infinito

Mas e se por acaso
Tudo então fosse obra do acaso?
Ora, mas que absurdo!
O acaso está submetido a leis
Leis da probabilidade, leis da matemática
As leis revelam a existência de um pensamento
Portanto, é o acaso antes efeito do que causa
Mesmo que ele seja a causa de muitas coisas
Não poderá jamais ser a causa primeira de todas as coisas
E se, em tudo, encontro coisas
que fogem completamente às leis do acaso
É porque, em tudo, encontro inteligência e coerência
Pois, em tudo, e até mesmo na existência do acaso
Descubro que o acaso não existe


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pensa

Texto de: Alexandre Paredes

Quando a sombra do desencanto vier acompanhar teus sonhos, pensa naqueles que nunca tiveram condições de sonhar, por se encontrarem na vida em constantes pesadelos, na luta incessante contra a fome e a necessidade, que pedem a atenção permanente e que podem levar ao desespero e à loucura.

Quando te acreditares desamparado, pensa nas crianças que perambulam pelas ruas, sentindo o frio das noites medonhas e escuras, pedindo pelo aconchego de um braço materno ou pela orientação de um pai austero, que possam evitar a precipitação nos abismos do vício.

Quando te encontrares enfermo, pensa naqueles que jazem nos leitos dos hospitais, sem a presença de nenhum rosto familiar, tendo por companhia apenas o medo da morte, padecendo terríveis dores físicas e morais de moléstias incuráveis.

Quando perderes a esperança, pensa nos criminosos que se amontoam nas celas inóspitas dos presídios, torturados pelo remorso e a revolta, algemados nas correntes do ódio e do sentimento de vingança.

Quanto te queixares pelo cansaço, pensa nos paralíticos, nos aleijados, nos deficientes de toda sorte, que, na imobilidade das forças físicas, dariam tudo para poderem trabalhar e servir.

Quando perderes alguma posição no mundo, pensa naqueles que já abandonaram a vestimenta carnal, a fim de assinalares o verdadeiro significado da riqueza, da fama, do poder ou do sucesso temporal.

Quando te encontrares satisfeito em todas as tuas necessidades, pensa naqueles que dormem nos prazeres efêmeros da vida material - esquecidos de que a vida é simples passagem, que requer de nós trabalho e engrandecimento - para depois despertarem na vida espiritual sob completa miséria moral.

Quando te sentires feliz, pensa nos desvalidos, nos estropiados, nos desequilibrados, nos tristes, a fim de que, compartilhando da tua felicidade, possas multiplicá-la.

Quando te considerares sem motivos para viver, pensa naqueles que estão à beira do precipício do suicídio, ou naqueles que já tiraram a própria vida, socorrendo-os com a tua solidariedade e, assim, certamente encontrarás uma forte razão para viver.

E quando nada disso vier a sensibilizar ou transformar a tua posição mental, pensa naquele que se deixou imolar na cruz, humilhado e abandonado, a fim de aliviar os nossos pesados sofrimentos; aquele que pronunciou o "vinde a mim" e ofereceu-nos o "jugo suave" e o "fardo leve". Embora não tenhamos, com frequência, pensado nele, ele continua, até hoje, pensando em nós.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ele

Letra e Música: Alexandre Paredes

Ele é o pai de todos nós
Que uns chamam de Deus, de Criador
E outros o chamam de Amor, de Luz, de Vida
Mas Ele é um só e está entre nós
É fácil ouvir sua voz no coração

Eu ouço seu nome por toda parte
Na voz que emana da natureza
Nas aves que cantam pelo ar
Na pedra que silencia
Na voz de um menino a rezar
No som da vida

Ele é a paz no meio de nós
O bálsamo que alivia a dor
A luz na escuridão da vida
Com Ele ninguém está só
Não importa a pessoa
É fácil sentir seu amor no coração

Eu ouço seu nome por toda parte
Na voz que emana da natureza
Nas aves que cantam pelo ar
Na pedra que silencia
Na voz de um menino a rezar
No som da vida

Gravado no Programa Despertar Espírita - 10 anos do Clube de Arte do Lar Fabiano de Cristo - Rio de Janeiro-RJ - Jul-2008

Show em Pompano Beach, Florida, EUA, Mar-2008

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A gente

Letra e Música: Alexandre Paredes

A gente corre até chegar ao fim da vida
E tenta reviver o que não viveu
A gente morre bem devagar a cada dia
Quando se percebe, já cresceu
Esqueceu o jeito simples de menino
Escondeu o sonho no coração

Deixa o que sente meio de lado
Pra tentar ser o que o mundo quer
Não vê que o mundo é feito da gente
É feito do jeito que a gente é
Do jeito que a gente quiser

A gente é capaz de coisas tão lindas
Um pequeno gesto me faz tão bem
Me faz esquecer as dores contidas
Nos leva a fazer também

No fundo o que todo mundo quer
É saber quem é e o "qual é" da vida
No fundo o que a gente quer é ouvir alguém dizer
De dentro do peito "amo você"
No fundo o que o mundo quer é ouvir a gente dizer
De dentro do peito "amo você"

Festival Cultural Banco do Brasil 2009 - Nov-2009

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Beneficência

Texto de: Alexandre Paredes

Fazer o bem não cansa. Quando nos encontramos cansados de fazer o bem, é porque não o estamos fazendo bem feito ou não estamos fazendo o bem de fato.

A caridade não está naquilo que se faz, mas no “como” se faz.
A esmola material poderá estimular o ânimo, saciar a fome, prestar um socorro, mas, se parte de um coração orgulhoso ou de um sentimento de superioridade, será simples humilhação.
A doação de volumosa quantia de dinheiro a uma entidade filantrópica certamente tornará possível a realização deste ou aquele benefício, mas, quando não está alicerçada no desejo sincero de auxiliar o próximo e no desprendimento de si mesmo, evidencia apenas prodigalidade ou orgulho.
A palavra eloqüente poderá esclarecer, aconselhar, consolar, porém, se não estiver calcada em princípios de verdadeira fraternidade, será um belo adorno vazio por dentro.
A generosidade que visa destaque na opinião pública é tola vaidade.
Os gestos de bondade que visam retribuição de qualquer espécie revelam que o móvel maior de nossas ações ainda é o egoísmo.
Semear benevolência junto aos menos afortunados cultivando a intolerância para com os companheiros de ideal é envenenar os frutos da colheita.
Embora, pela natureza do mundo em que vivemos, não possamos encontrar ainda o bem sem mescla, toda iniciativa de fugir do “eu” inferior, por meio do trabalho beneficente, já demonstra o desejo íntimo de progredir da criatura humana.
Entretanto, em todas as tarefas nobilitantes a que nos propomos realizar, será sempre pertinente fazermos uma pergunta a nós mesmos: Como tem sido o bem que fazemos – com caridade ou sem caridade?