quarta-feira, 10 de julho de 2024

Alertas

Texto de: Alexandre Paredes



 







Que a tua paz não seja a paz da omissão perante a injustiça e a violência que ocorrem ao teu redor.

 

Que o teu sossego não seja o da indiferença perante o desassossego de muitos que vivem sem saber se terão o que comer amanhã.

 

Que a tua luta contra a opressão não signifique oprimir os opressores nem oprimir aqueles que são mais fracos do que tu ou que não tenham voz na sociedade.

 

Que a busca por difusão da tua fé não redunde em intolerância e falta de respeito para com aqueles que descreem ou creem de modo diferente do teu.

 

Que o teu modo de pensar não se transforme numa presunção da posse da verdade, para que não te tornes vítima do fanatismo nem sejas um espinho humano.

 

Que o teu amor à Pátria não se transforme em egoísmo de Pátria nem em desamor àqueles que não comungam com os teus ideais de Pátria.

 

Que a tua doçura não se transforme em veneno ao falar por trás o que não consegues falar face a face, visto que a fofoca é a arma do fraco.

 

Que o teu amor não se transforme em prisão para aqueles que são os objetos de tuas mais valiosas afeições.

 

Que o teu pranto não seja o da ingratidão perante todas as dádivas que a vida tem te concedido, tampouco o da falta de confiança nos desígnios de Deus.

 

Que a tua dor não seja a dor de ontem nem a dor de amanhã, pois, a cada dia, basta o seu mal, e cada alvorecer nos reserva sempre um novo presente.

 

Que a tua bondade não se transforme em brasa fervente que queima a mão do beneficiado com a humilhação que venha acompanhada do teu ato.


Que a tua vida não seja um tributo a coisas mortas ou perecíveis, como dinheiro, bens materiais, beleza, fama, luxo, e que o teu valor seja medido pelo valor que dás às pessoas e às coisas mais pequeninas.

 


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