sábado, 6 de julho de 2024

Vida Extraterrestre



 Artigo de: Alexandre Paredes









Não faz muito tempo – e ainda nos dias atuais – pensava-se que a Terra era plana e que ela seria o centro do Universo. O homem seria um ser especial na Criação de Deus, enquanto os animais e vegetais teriam a função de servir ao homem. Muitos seres humanos foram queimados nas fogueiras da Inquisição por colocarem esse sistema de crenças em xeque.

 

Hoje sabemos que nosso planeta é um grão de poeira no Universo e que nossa estrela, o Sol, é só mais uma entre infinitas estrelas distribuídas num espaço inimaginável para nossa inteligência. Se contássemos todos os grãos de areia que existem no nosso planeta, tanto nas praias quanto nos desertos, ainda assim, seria um número insignificante diante do número de estrelas que são estimadas em nosso Universo.

 

Mas vamos adiante. Imagine que dentro do nosso Sol caberiam cerca de 1 milhão e 300 mil Terras! Dentro do nosso Sistema Solar, a Terra não é sequer um dos maiores planetas. Bem maiores que a Terra, temos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

 

É difícil conceber um corpo celeste tão imenso assim como o nosso Sol. Mas existem estrelas que são tão grandes que caberiam milhões de estrelas como o nosso Sol dentro dela.

 

A luz é o que temos, em tese, de mais veloz na natureza. Ela é tão rápida que dá cerca de 8 voltas na nossa Terra em 1 segundo. Mesmo com essa velocidade toda, a luz viaja do Sol à Terra em cerca de 8 minutos. Essa mesma luz, partindo da Terra hoje, chegaria à estrela mais próxima, vizinha do Sol, em cerca de 4 anos.

 

Estamos falando de estrelas vizinhas, “próximas”. Agora, imagine que nossa Galáxia, a Via Láctea, contém cerca de 300 bilhões de estrelas, contendo ao seu redor, seus sistemas de planetas, luas e sabe lá o que mais!

 

Nossos telescópios não conseguem ver os planetas de outros sistemas estelares, porque são opacos e muito pequenos. É como procurar um vaga-lume que está a uns 6 km de distância em plena luz do dia. O Sol brilha demais e ofuscaria a luz do vaga-lume. Então, foi preciso estabelecer um método engenhoso para descobrir planetas fora do Sistema Solar. Um método utilizado foi esperar que o planeta passe na frente da estrela observada. Sua luz diminui um pouco, bem pouco mesmo, sinal de que há o trânsito de um objeto, um planeta. Com isso, já foram descobertos centenas de planetas fora de nosso Sistema Solar.

 

Mas voltemos à Via Láctea, nossa Galáxia. Poderíamos chamar a Via Láctea de nosso bairro e o Sistema Solar de nossa rua. Só que esse bairro tem esse número gigantesco de ruas. Cada rua, ou cada sistema estelar, provavelmente tem seus planetas, luas, cometas, asteroides. A mesma luz que levou 4 anos para chegar à nossa estrela mais próxima, além do Sol, leva 100 mil anos viajando de uma ponta à outra da nossa Galáxia!

 

Nossa Galáxia tem o formato de um disco, uma espiral com vários braços. Cada braço dessa espiral contém bilhões de estrelas e, no meio da Galáxia, há um imenso buraco negro, com cerca de 4 milhões e 300 mil massas solares.

 

Imagine se fizéssemos uma maquete, em escala, da Via Láctea. Nessa maquete, o Sol teria o tamanho de um glóbulo vermelho, que é uma célula de sangue. Essa bolinha microscópica, que teria um tamanho de 17 vezes menor que a espessura de um fio de cabelo, seria o nosso Sol. Ao redor dele, teriam os planetas que conhecemos. Nessa maquete, o Sistema Solar teria o tamanho de uma moedinha de 25 centavos, e a Via Láctea iria do norte da América do Norte ao sul da América do Sul. E todo esse espaço estaria pontilhado de sistemas estelares, alguns do tamanho dessa moedinha, outros muito maiores.

 

Agora, imagine que a nossa Galáxia, a Via Láctea, é tão somente uma entre bilhões de galáxias. Os cientistas estimam que existam, pelo menos, cerca de 2 trilhões de galáxias! E cada galáxia contendo suas bilhões de estrelas e seus trilhões de mundos. A nossa galáxia vizinha, a mais próxima, chama-se Andrômeda, e contém cerca de 1 trilhão de estrelas. A luz que partiu dela levou 2,5 milhões de anos viajando no espaço para chegar aos nossos telescópios. Ou seja, quando essa luz começou sua viagem em direção aos nossos olhos, o ser humano ainda não existia aqui na Terra. Havia apenas os nossos ancestrais primatas mais remotos, que mais pareciam com os macacos.

 

As galáxias mais distantes já observadas estão a cerca de 13 bilhões de anos-luz, ou seja, a luz delas viajou esse tempo inimaginável para chegar aqui. Significa que o que estamos vendo quando apontamos nossos telescópios para elas é o passado, um momento em que o Universo ainda era bem jovem. Estamos vendo aquela determinada galáxia como era 13 bilhões de anos atrás.

 

Agora, imagine que dentre esses sextilhões e sextilhões de estrelas e mundos que existem no Universo, o único que teria a primazia da vida e da vida inteligente seria este nosso planetinha azul que chamamos de Terra, e que gira em torno de uma pequena estrela que chamamos de Sol!

 

Se acreditamos em Deus, seria um grande desperdício de tempo, de espaço e de trabalho na Criação simplesmente para nada. Ninguém nem nada habitaria esses tantos lugares. Estaríamos, assim, duvidando de um dos atributos mais básicos que esperamos da Inteligência Suprema do Universo, que seria sua infinita sabedoria. Esperaríamos que Deus tivesse criado tudo com algum propósito. E que propósito haveria para trilhões de corpos celestes destinados a coisa nenhuma?

 

Se não acreditamos em Deus, teremos que, no mínimo, aceitar que a existência da vida na Terra e, ainda mais, a vida inteligente, teria sido resultado de tantas coincidências improváveis, tão improváveis quanto a mesma pessoa ganhar na Mega-Sena da Virada milhares de vezes seguidas. Tanta improbabilidade estatística só nos leva a concluir que o acaso não pode ter sido a causa de tanta complexidade, que é a existência da vida e da vida inteligente.

 

Só mesmo o orgulho do ser humano o mantém cego diante da realidade de que não estamos sozinhos no Universo. Porque se aconteceu aqui a vida, não há nenhuma improbabilidade lógica de que ela tenha germinado e se desenvolvido em outros mundos. E do mesmo modo que a vida evoluiu para a vida inteligente aqui, é muito provável que civilizações complexas e tecnológicas existam aos milhões pelo Universo afora.

 

Alguns cientistas admitem que é mais provável que haja vida em outros mundos, mas que não seria possível que seres alienígenas nos visitem, dadas as imensas distâncias que separam os sistemas estelares uns dos outros. O problema desse discurso é pressupor que, hoje, detemos todos os conhecimentos sobre as leis da física e as virtuais tecnologias para transpor esses grandes espaços. Mais uma prova da arrogância humana.

 

Nossa Ciência é muito recente na história humana. Nossa civilização alcançou algum nível tecnológico também há muito pouco tempo. Basta lembrar que há somente 500 anos conseguimos transpor os oceanos com nossas caravelas. Levávamos muitos meses para atravessar o Oceano Atlântico para chegar ao continente Americano. Então, dá para imaginar que, com o avanço da tecnologia e do conhecimento das leis da física nos próximos milhares de anos, talvez seja possível visitarmos mundos absurdamente distantes para os padrões de hoje.

 

Se imaginarmos que, em outros mundos, civilizações tenham se desenvolvido e evoluído há milhares ou milhões de anos, não é difícil de imaginar que seres de outros mundos tenham encontrado tecnologias que lhes permitiram viajar até aqui.

 

Quando vemos tantos relatos de avistamentos de OVNIS, contatos com seres que surgem de naves que descem do céu, abduções, a tentativa de classificar esses relatos como absurdos ou sem explicação soa mais como negação de uma realidade óbvia: a de que estamos sendo visitados por seres extraterrestres inteligentes e evoluídos tecnologicamente.

 

A dificuldade de aceitar essa realidade tem origem muito mais nos sistemas de crenças religiosos da maioria das pessoas ou do incorrigível orgulho do ser humano, que tem dificuldade em aceitar que há seres muito acima dele.

 

A Ciência também encontra grande dificuldade em imaginar vida em outros mundos que seja diferente da vida que evoluiu em nosso mundo, baseada em água, carbono e oxigênio. Creio que somente com o avanço dos nossos conhecimentos e da nossa Ciência é que poderemos aceitar outras formas de evolução da vida.

 

Há pouco tempo imaginávamos ser impossível haver seres vivos que habitassem as regiões abissais dos nossos oceanos, até que essas regiões foram visitadas por submarinos que suportassem altas pressões. Estávamos enganados. Há centenas de espécies vivendo nessas regiões, seres que parecem até alienígenas.

 

Acredito que, em breve, constataremos que estávamos enganados, também, com relação à possibilidade de a vida se desenvolver em mundos totalmente diferentes dos nossos. É só uma questão de tempo.

 


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