Poema de: Alexandre Paredes
Num momento, ela nos
vem; no outro, o vazio
Num minuto a gente a
tem; no outro, ela fugiu
E sem perceber, quando
a gente menos vê, ela ruiu
A gente a persegue e,
quando chega, não está lá
Pois a confunde com sucesso,
prazer ou bem estar
Então padece como ter sede
em frente ao mar
Há os que a procuram no
dinheiro ou no poder
E acreditam que ela é
fruto do ter ou parecer
Em vez do ser ou de
nosso jeito de viver
Mas a nossa vida, a
cada fase, se encarrega
De nos mostrar que essa
é busca míope ou cega
Só uma miragem a que o
homem se entrega
Todo mundo a quer,
mesmo sem querer
Todos a procuram, mesmo
sem saber
Ela nos escapa à razão,
mas é a razão de viver
Felicidade é uma ideia
que persiste
Mesmo quando à nossa
volta tudo é triste
Mesmo havendo quem diga
que ela não existe
Intuitivamente, cada um,
dentro de si, a pressente
É lembrança do nosso
futuro, ainda presente
Que nos impele a
caminhar sempre para frente
Ela é o fogo de onde
nasce toda esperança
É o que nos impulsiona
a renascer como criança
Seja neste mundo de
prova ou em outra estância
A felicidade pura neste
mundo, sem mescla
Ainda não a vemos, pela
natureza da nossa Terra
Pela natureza dos que
ainda habitam a nossa esfera
Mas ela é possível,
sim, quando não a buscamos fora
E não nos esquecemos do
bem para viver só o agora
E não ficamos
indiferentes à aflição desse mundo afora
Ela é semente plantada dentro
de cada um de nós
Cabendo a cada um
desenvolvê-la, ouvindo a voz
Que nos convida a ir ao
encontro dos que estão sós
Dos que não têm amparo
ou jazem num leito de dor
Que nos chama a acender
a chama do verdadeiro amor
Pois ela sempre o acompanha
seja aonde você for
Não é preciso alcançar,
um dia, as belezas do Paraíso
Nem esperar, após a
morte do corpo, o dia do Juízo
A felicidade chega a
nós, aos poucos, meio sem aviso
Ao aprendemos a viver
conforme os ensinos de Jesus
Quando descobrimos a
Boa Nova em toda a sua luz
Mesmo carregando em nós
o peso de nossa cruz