Poema de: Alexandre Paredes
Bem aventurados os brandos porque herdarão a Terra
Porque este mundo é como uma grande e verdadeira escola
E aqueles que não aprenderem a lição que nela se encerra,
Os que não conquistarem a mansidão, terão de ir embora
Serão encaminhados para outros orbes educandários
Onde passarão por novas provas, em novas reencarnações
Ainda em mundos pela civilização menos iluminados
Para que possam corrigir a senda sob o toque dos aguilhões
Somente serão autorizados a viver e a renascer aqui
Naquele Reino por Jesus prometido em sua Boa Nova
Aquelas almas que já semearam, cultivaram dentro de si
A brandura que espalha a paz por esse mundo afora
Bem aventurados os pacíficos, os que vivem a paz
Porque serão eles chamados filhos de Deus
E um mundo que se queira pacífico somente se faz
Quando as armas e as guerras se tornem peças de museus
Somente há paz no mundo quando há paz no coração
Quando cessa em nós o ímpeto de vencer o outro
Porque o inimigo de nós mesmos não está senão
Dentro de nós, onde está também nosso maior tesouro
A maior alegria do espírito é a conquista de si mesmo
É poder deitar com a cabeça tranquila ao travesseiro
Porque é preferível ser prejudicado a ser quem prejudica
E a violência é sempre um pior mal para quem a pratica
Pois a Lei de Deus se encarrega de devolver a quem violentou
A colheita do sofrimento que ele um dia no outro semeou
Esse código divino foi pelo Cristo nessas palavras resumido
Dizendo a Pedro: “Quem com ferro ferir, com ferro será ferido”
Mas Jesus disse também “Perdoai para que Deus vos perdoe”
Ou seja, a criatura que praticou o mal tem sempre uma opção
De continuar na senda do mal e permanecer do jeito que foi
Ou se libertar do passado, curar a ferida, abrir-se ao perdão
Ser pacífico não é ser
passivo, é ser ativo, mas paciente
Cruzar os braços não é
paciência, mas apenas preguiça
Retribuir com o bem o mal
que se faz não é ser indiferente
Mas é contribuir para
que no mundo haja menos injustiça
Devolver o insulto com outro insulto apenas revela
Que aquele que se sentiu
ofendido ao ofensor dá razão
Porque quando a ofensa é
falsa, o ofendido não vê nela
Motivos para abandonar a
própria paz que traz no coração
Quando uma pessoa nos
agride, é porque ela quer briga
O que ela fala de nós diz
muito mais sobre ela mesma
E quando a gente se ofende,
morde a isca, cai na intriga
Procura se autoafirmar e
precisa que todo mundo veja
Quem vive em paz consigo
mesmo não precisa de plateia
Não busca senão a aprovação da própria consciência
E quem pacificou a própria alma às vezes nem faz ideia
Que está mudando o
mundo apenas com a sua existência
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