Poema de: Alexandre Paredes
Nessa
grande abóboda azul celeste
Que
presente, Senhor, que, deste amor, nos deste!
Trilhões
de estrelas vagando no espaço
E
o homem, inquieto, pergunta cá embaixo
Pela
voz da ciência ou filosofia, em prosa ou verso
Estaremos
sozinhos na imensidão desse Universo?
Nesse
oceano cósmico, que é a Terra afinal?
Senão
pequena morada onde ainda impera o mal
Acolhedora
escola para alunos aplicados ou rebeldes
Apenas
de passagem por grosseiras vestes
Descortinando
a verdade, a grandeza e a luz
Que
encerram a vida e as palavras de Jesus
Um
simples olhar para fora nos leva
A
compreender não ser única a nossa esfera
Que
possa abrigar a beleza da vida e da inteligência
Poderia
Deus em toda sua magnificência
Criar
galáxias, planetas, sóis e quasares
Para
fazer destes estéreis e vazios lugares?
Um
simples olhar para dentro nos faz
Entender
que para a felicidade e a paz
É
necessário passar ainda por muitos degraus
Por
isso, há mundos voltados à redenção dos maus
Enquanto
há outros, como os Elíseos da alegoria,
Para os que já conquistaram o amor e a sabedoria
Alhures
há, ainda, mundos primitivos
Destinados
a espíritos recém-nascidos
Simples
e ignorantes do bem e do mal
Que,
um dia, habitarão um mundo celestial
Após muitos milênios e eras de evolução
Pois
o bem supremo é o objetivo da Criação
Se
telescópios e sondas não conseguem enxergar
A
vida que se espreme em todo lugar
É
porque a matéria se exprime em muitas direções
É
porque ela existe em múltiplas dimensões
E
o que hoje nos parece inabitado e deserto
É
um mundo de seres e coisas a ser descoberto
Muito
mais do que ampliar nossas lentes
Precisamos
abrir mais nossos corações e mentes
Para
entender que nada existe por obra do acaso
E
o que vemos desde o final do ocaso
Até
o esplendor de cada alvorecer
Tudo,
enfim, tem uma razão de ser
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