Texto de: Alexandre Paredes
Que a tua paz não seja a paz da omissão perante a
injustiça e a violência que ocorrem ao teu redor.
Que o teu sossego não seja o da indiferença perante
o desassossego de muitos que vivem sem saber se terão o que comer amanhã.
Que a tua luta contra a opressão não signifique
oprimir os opressores nem oprimir aqueles que são mais fracos do que tu ou que
não tenham voz na sociedade.
Que a busca por difusão da tua fé não redunde em
intolerância e falta de respeito para com aqueles que descreem ou creem de modo
diferente do teu.
Que o teu modo de pensar não se transforme numa
presunção da posse da verdade, para que não te tornes vítima do fanatismo nem
sejas um espinho humano.
Que o teu amor à Pátria não se transforme em egoísmo de Pátria nem em desamor
àqueles que não comungam com os teus ideais de Pátria.
Que a tua doçura não se transforme em veneno ao
falar por trás o que não consegues falar face a face, visto que a fofoca é a
arma do fraco.
Que o teu amor não se transforme em prisão para
aqueles que são os objetos de tuas mais valiosas afeições.
Que o teu pranto não seja o da ingratidão perante
todas as dádivas que a vida tem te concedido, tampouco o da falta de confiança
nos desígnios de Deus.
Que a tua dor não seja a dor de ontem nem a dor de
amanhã, pois, a cada dia, basta o seu mal, e cada alvorecer nos reserva sempre
um novo presente.
Que a tua bondade não se transforme em brasa
fervente que queima a mão do beneficiado com a humilhação que venha acompanhada
do teu ato.
Que a tua vida não seja um tributo a coisas mortas ou perecíveis, como dinheiro, bens materiais, beleza, fama, luxo, e que o teu valor seja medido pelo valor que dás às pessoas e às coisas mais pequeninas.
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