quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Beneficência

Texto de: Alexandre Paredes

Fazer o bem não cansa. Quando nos encontramos cansados de fazer o bem, é porque não o estamos fazendo bem feito ou não estamos fazendo o bem de fato.

A caridade não está naquilo que se faz, mas no “como” se faz.
A esmola material poderá estimular o ânimo, saciar a fome, prestar um socorro, mas, se parte de um coração orgulhoso ou de um sentimento de superioridade, será simples humilhação.
A doação de volumosa quantia de dinheiro a uma entidade filantrópica certamente tornará possível a realização deste ou aquele benefício, mas, quando não está alicerçada no desejo sincero de auxiliar o próximo e no desprendimento de si mesmo, evidencia apenas prodigalidade ou orgulho.
A palavra eloqüente poderá esclarecer, aconselhar, consolar, porém, se não estiver calcada em princípios de verdadeira fraternidade, será um belo adorno vazio por dentro.
A generosidade que visa destaque na opinião pública é tola vaidade.
Os gestos de bondade que visam retribuição de qualquer espécie revelam que o móvel maior de nossas ações ainda é o egoísmo.
Semear benevolência junto aos menos afortunados cultivando a intolerância para com os companheiros de ideal é envenenar os frutos da colheita.
Embora, pela natureza do mundo em que vivemos, não possamos encontrar ainda o bem sem mescla, toda iniciativa de fugir do “eu” inferior, por meio do trabalho beneficente, já demonstra o desejo íntimo de progredir da criatura humana.
Entretanto, em todas as tarefas nobilitantes a que nos propomos realizar, será sempre pertinente fazermos uma pergunta a nós mesmos: Como tem sido o bem que fazemos – com caridade ou sem caridade?

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