Poema de: Alexandre Paredes
Noivos se casam esperando que a felicidade nunca termine
E casais se separam esperando encontrar a felicidade também
O semeador semeia esperando que um dia a semente germine
Pais educam os filhos esperando que eles sejam pessoas de bem
O atleta se esforça porque espera alcançar a glória da medalha
A bailarina suporta dores nos pés esperando alcançar a perfeição
Os oprimidos e os injustiçados esperam a justiça que nunca falha
E os desesperados esperam o milagre que lhes traga a salvação
Há quem infrinja dor a si mesmo esperando aliviar a dor moral
Há também quem fuja da dor esperando não mais encontrá-la
Mesmo sem esperança, espera o fim da dor após o golpe final
E há ainda quem espere a morte visando à libertação almejada
Quantos há que esperam a vida inteira sem nada fazer por ela
E há quem trabalhe uma vida inteira esperando uma vida plena
Há quem diga que esperança é só ilusão que detém quem espera
Outro diz que a esperança é virtude que torna a vida mais amena
Sem esperança, nada se constrói, nada se intenta, nada se começa
A falta de esperança gera o vazio do nada, do nada que nada gera
A desesperança leva à apatia, ao torpor e à dor que não se expressa
Onde não há esperança, a inconsciência, a anestesia na vida impera
Mas, na verdade, a esperança é como o Sol que nunca se aniquila
Ele até pode se esconder de noite, mas sempre brilha durante o dia
A gente pode dar as costas para a esperança, escurecendo o nosso ser
Mas ela sempre ressurgirá no horizonte, fazendo um novo amanhecer
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