segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Corrupção

Poema de: Alexandre Paredes














Por causa da corrupção
Nosso dinheiro vai para contas lá fora
A verba devida não chega à escola
Enquanto os jovens se perdem na droga
Os hospitais vivem à míngua
O paciente agoniza na fila
E o trabalhador não tem vida digna

Em meio à corrupção
Há total inversão de valores
O que vigora é a troca de favores
Os bons e honestos são vistos como bobos
Os bens de todos se tornam os bens de poucos
A riqueza é prêmio da esperteza e preguiça
Em vez do talento, esforço e conquista

Mas como nasce a corrupção?
Cada um de nós traz em si seu resquício
Na troca do voto por um benefício
Na falta ao trabalho inventando desculpa
É levar troco a mais e nem sentir culpa
Reduzir o imposto mascarando a declaração
Advogar a mentira para não pagar pensão

Não é só na política que há corrupção
A gente a vê no cidadão da esquina
Que se livra da multa pagando propina
A gente a encontra no aluno da escola
Que passa de ano por meio da cola
Naquele que mostra carteirinha falsificada
Para entrar no cinema e pagar meia entrada

Ninguém suporta mais essa tal corrupção
Então, comecemos agora uma nova campanha
Pra combater na raiz essa praga tamanha
Antes de bradar nas ruas, nos olhemos primeiro
Antes de condenar, nos miremos no espelho
Para ver se, em nós, também reside este mal
E não só para sair bem, de cara pintada, na rede social

sábado, 8 de agosto de 2015

Superação

Texto de: Alexandre Paredes.




Na aspereza do caminho, aparamos nossas arestas.
Com as pedras que nos atirem, podemos construir as edificações mais belas.
Nas maiores dificuldades, encontramos as grandes oportunidades.
Nas lutas mais acerbas, exercitamos nossa capacidade de vencer.
Nos momentos de crise, extraímos de nós recursos até então desconhecidos.
Em meio às trevas mais densas, descobrimos nossa luz adormecida.
Diante do pior, revelamos nossa capacidade de ser melhor.
Nas dores mais profundas, deparamo-nos com as maiores consolações.
Quando mais nos perdemos, é quando mais procuramos o sentido de tudo.
E, quando tudo parece perder o sentido, é que vamos ao encontro da verdade.


sábado, 1 de agosto de 2015

Comece sendo você mesmo

Texto: Alexandre Paredes



Se você quer mudar, comece sendo você mesmo. Não esse você que você pensa conhecer, mas esse você que ainda precisa ser descoberto.
A maior aventura de nossas vidas ainda é o autodescobrimento.
Nosso maior desafio é aceitarmo-nos e amarmo-nos tal qual somos.
Vivemos à procura do que deveríamos ser, ou do que esperam de nós, e acabamos nos perdendo de nós mesmos.
Acabamos acreditando na fantasia que criamos sobre nós mesmos, na máscara que usamos para disfarçar nossas inseguranças e injunções interiores, e a idolatramos. Somos, para o mundo, ainda, a propaganda do que gostaríamos de ser, mas que ainda não somos de fato.
No entanto, um dia a máscara cai e a verdade aparece, e, quando não estamos preparados para ela, fugimos em busca de novas ilusões.
A moda dita para nós como devemos nos vestir, e o mercado, o que devemos ter, mas não precisamos de tantas roupas, nem de tantos sapatos, nem de automóveis tão caros, nem de casas luxuosas.
Criamos necessidades que não temos, para parecer o que não somos, para mostrar uma felicidade que não possuímos ainda, pois, quando o móvel de nossas ações é o mundo das aparências ou o que os outros vão pensar, nos distanciamos da única felicidade real: aquela que vem de dentro.
Estamos sempre perseguindo um padrão de beleza irreal, de pessoas que aparecem em capas de revista. No entanto, essas mesmas pessoas que são modelos para nós, de modo geral, impõem a si mesmas e à sua vida sérias restrições, para exalar ao mundo o perfume da ilusão de uma plenitude e realização que beiram o vazio. Afinal, após a beleza passar, o que resta?
Buscamos nos mirar naqueles que são nossos modelos de sucesso, mas desconhecemos suas angústias interiores e o preço que pagaram para estarem onde estão. Nem sempre o sucesso perante o mundo é o sucesso perante nós mesmos.
Construímos a idéia de que o sucesso é alcançar o topo, uma posição de destaque no meio social. Isto significaria que somente alguns poucos executivos de empresa, pessoas bem sucedidas nos negócios, no meio científico ou religioso, pessoas belas ou endinheiradas, famosas ou de grande talento seriam as bem sucedidas, enquanto todo o resto vive uma corrida ansiosa rumo àquele topo que nunca chega, e quando chega, não traz a felicidade almejada.
Por isso, a extrema angústia em que vivemos mergulhados no mundo de hoje: vivemos à cata de miragens, buscamos o inalcançável e quando chegamos lá, nem sempre encontramos o que buscávamos.
A verdade é que tudo isso é reflexo do mundo que criamos, mundo ditado pelo mercado, mundo da competição, onde o sucesso e a felicidade são reservados aos melhores, a poucos infelizes invejados, mundo da coisificação de valores (tais como a amizade transformada em presentes, o da felicidade transformada em bens de consumo, o da boa educação transformada em boas escolas e boas condições financeiras), mundo da valorização e da precificação das coisas, enquanto os valores reais, verdadeiros, ficam para depois.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Síntese

Texto de: Alexandre Paredes



Perturbados, perturbamos.
Iluminados, iluminamos.

Quem só reclama... é só.
Quem tudo divide... tudo multiplica.

Quem não serve... não serve.
Quem ama encontra amor.

Revidar, reviver a dor.
Perdoar, reviver e dar.

Quem tem fé não se perde.
Quem vive a fé se salva.

Saber muito é muito pouco.
Aprender é infinito.

Endeusados, desumanos.
Ser humano, ser divino.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Quando a tempestade passar

Poema de: Alexandre Paredes



Quando a tempestade passar
Quero ver contigo o amanhecer
Olhar de novo o teu olhar
Revendo o novo a florescer

Quando a tempestade passar
Quero em teus braços me perder
E nos teus passos reencontrar
O melhor lugar pra se viver

Quando a tempestade passar
Vem comigo contar estrelas
E não, relembrar nossas tristezas
Pois que o melhor ainda virá

Em meio à tempestade em alto mar
Muitos nadas parecem muito
Poucos nadas são quase tudo
E pouco me resta, senão... te amar

domingo, 8 de março de 2015

Rastros

Poema de: Alexandre Paredes
















Olhei pra trás e não vi nada
Apenas pegadas... pegadas sem fim
Deixadas nas areias do tempo
Levadas pela força do vento
Apenas pegadas... pegadas enfim

Olhei pra trás e não vi nada
Somente pegadas... rastros de mim
Não vi se eu era rico ou se era pobre
Se fui plebeu ou se fui nobre
Mas apenas se eu era feliz

Olhei pra trás e vi pegadas
Marcas do que fui e do que fiz
Não vi se era prefeito ou empresário
Nem o que vesti, nem saldo bancário
Mas apenas o que eu aprendi

Olhei pra trás e só vi marcas
De tudo o que me levou até aqui
Não vi se eu fiz muito ou fiz sucesso
Se eu era culto ou se era belo
Mas só o bem que fiz enquanto vivi

De tudo o que vi de minhas marcas
Só restou o que me fez hoje ser assim
Não vi meu nome, nem meus títulos
Nem meus diplomas, nem currículos
Eu só vi mesmo... é se eu vivi

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Diferença

Texto de: Alexandre Paredes




Vida sem Deus um dia perde o sentido.
Vida com Deus é renascer a cada dia.

Amor sem Deus converte-se em ódio ou indiferença.
Amor com Deus conduz-nos à plena felicidade.

Prazer sem Deus transmuta-se em dor.
Prazer com Deus é alegria de viver.

Dor sem Deus se dilata.
Dor com Deus nos transforma.

Ciência sem Deus constrói a bomba homicida.
Ciência com Deus produz a medicina que cura.

Religião sem Deus é só culto exterior, fanatismo e hipocrisia.
Religião com Deus é fé viva e vida no bem.

Educação sem Deus é verniz.
Educação com Deus é Deus no coração.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Quando a dor bater à tua porta

Poema de: Alexandre Paredes





Quando a dor bater à tua porta
Não te entregues ao lamento ou à revolta
Acende a luz da fé em teu caminho
Não te esqueças de que nunca estás sozinho
Lembra que o amor do Pai nunca se esgota
E que Ele nunca abandona o seu filho

Quando a dor bater à tua porta
Pensa que a vida será sempre uma escola
Em que o tempo nos ensina a viver
E a descobrir a paz que vive em nosso ser
Cada aflição é apenas uma prova
E cada lição, oportunidade de crescer

Quando a dor bater à tua porta
É hora de deixar o que não importa
Relembrar os valores verdadeiros
Reconhecer nossos erros costumeiros
Meditar sobre o que ainda nos falta
Pois nossos males nascem de nós mesmos

Quando a dor bater à tua porta
Observa os que estão à tua volta
Não penses ser maior teu aguilhão
Pois que no mundo cada um tem sua cota
De amarguras, sacrifício e expiação
Nessa escalada que nos leva à ascensão

Mas se a tormenta não te visita por agora
Dispõe-te a amar a quem anda contigo
Procura aproveitar a bênção desta hora
E oferece a alguém o teu ombro amigo
Para que teu coração encontre abrigo
Quando a dor bater à tua porta

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Comunicação

Texto de: Alexandre Paredes



O que você quis dizer
não foi exatamente o que você disse.

E o que você disse
não foi o que realmente o outro escutou.

E o que você não queria dizer de jeito nenhum
ficou subentendido nas entrelinhas.

O que a gente cala
o corpo fala.

E o que a gente fala
vai muito além das nossas palavras;
transparece nos gestos e jeitos, silêncios e timbres, posturas e olhares.

Aquilo que a gente mais fala que é
é o que a gente ainda tem dificuldade de ser.

As coisas que mais falamos dos outros
são as que mais revelam quem nós somos de fato.

Nossas palavras falam menos do que nossas ações.
E nossas ações formam o livro da nossa existência.

Mas cada um só lê do livro da vida do outro segundo o que traz em si mesmo.
E cada um só escuta até o limite do que quer ou está preparado para ouvir.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Natal com Jesus

Poema de: Alexandre Paredes
Imagem: O Príncipe da Paz, pintura de Akiane Kramariki





















Mestre Jesus, mais uma vez é Natal
Que melhor presente podemos dar em teu aniversário
Senão o de nos reconciliarmos com nosso adversário
E o de oferecer o bem àquele que nos fez mal?

Qual será a melhor forma de comemorar
De relembrar a beleza de tua passagem entre nós
Senão a de, por instantes, podermos compartilhar
O nosso tempo com aqueles que vivem sós?

Quão maravilhosa será a nossa ceia
Se, junto com cada embrulho que se abra
Se, além do vinho, do peru e da mesa cheia
Pudermos nos embriagar com tua palavra!

Senhor, nosso modelo e guia
Onde poderemos encontrar maior alegria
Senão no interior de nosso próprio coração
Quando soubermos praticar, de fato, o perdão?

Como será grande a nossa festa
Se deixarmos escapar por alguma fresta
Nossos sentimentos mais nobres, adormecidos
Aprendendo a amar até mesmo nossos inimigos!

Sei que não nos faltará a tua presença
Quando abrirmos as portas de nosso lar
À compreensão, à bondade e à benevolência
E quando fizermos do amor o nosso próprio altar

Mas essa data será ainda mais bela
Quando cada ser humano aqui na Terra
Lembrar-se do Evangelho com mais frequência
E viver o Natal em cada dia de sua existência

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Bem estar

Poema e Fotografia: Alexandre Paredes




















Bem estar é...
estar bem, onde você estiver
estar de bem com quem você é
estar bem o onde o bem está

Bem estar é corpo e alma
Encher o peito e esvaziar a mente
Encontrar em si sossego e calma
Sentir-se em paz com o que se sente

Mas se o "estar" é transitório
O bem é permanente
Se o "estar" é ilusório
O bem, real, pra sempre

O "estar" é o que vem pra nós
Passa e vai pra frente
O bem é o que sai de nós
Vive e fica com a gente

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Doce

Poema e Fotografia: Alexandre Paredes



Mel...
Que ser é esse que Deus colocou em nosso caminho!
Tão dócil, tão terno, tão especial...
Sem palavras, nos ensinou a dar e receber carinho
E, com o seu olhar ingênuo, puro, quase angelical
Nos fez lembrar que, mesmo num corpo pequenino,
Através da alma de um simples animal
Podemos ver o amor que emana de nosso Pai Celestial

Não queríamos que você fosse...
Mas, já que chegou sua hora de partir
Diga a todos os que lhe receberem aí
Que, hoje, o céu ficou mais doce
































domingo, 5 de outubro de 2014

Entrevista para a FEB


Essa foi uma entrevista que dei para o Programa Espiritismo e Arte.
No programa, eu falo do meu trabalho musical e como a arte me ajudou na minha vida.

sábado, 23 de agosto de 2014

Moradas do Infinito

Poema de: Alexandre Paredes


Nessa grande abóboda azul celeste
Que presente, Senhor, que, deste amor, nos deste!
Trilhões de estrelas vagando no espaço
E o homem, inquieto, pergunta cá embaixo
Pela voz da ciência ou filosofia, em prosa ou verso
Estaremos sozinhos na imensidão desse Universo?

Nesse oceano cósmico, que é a Terra afinal?
Senão pequena morada onde ainda impera o mal
Acolhedora escola para alunos aplicados ou rebeldes
Apenas de passagem por grosseiras vestes
Descortinando a verdade, a grandeza e a luz
Que encerram a vida e as palavras de Jesus

Um simples olhar para fora nos leva
A compreender não ser única a nossa esfera
Que possa abrigar a beleza da vida e da inteligência
Poderia Deus em toda sua magnificência
Criar galáxias, planetas, sóis e quasares
Para fazer destes estéreis e vazios lugares?

Um simples olhar para dentro nos faz
Entender que para a felicidade e a paz
É necessário passar ainda por muitos degraus
Por isso, há mundos voltados à redenção dos maus
Enquanto há outros, como os Elíseos da alegoria,
Para os que já conquistaram o amor e a sabedoria

Alhures há, ainda, mundos primitivos
Destinados a espíritos recém-nascidos
Simples e ignorantes do bem e do mal
Que, um dia, habitarão um mundo celestial
Após muitos milênios e eras de evolução
Pois o bem supremo é o objetivo da Criação

Se telescópios e sondas não conseguem enxergar
A vida que se espreme em todo lugar
É porque a matéria se exprime em muitas direções
É porque ela existe em múltiplas dimensões
E o que hoje nos parece inabitado e deserto
É um mundo de seres e coisas a ser descoberto

Muito mais do que ampliar nossas lentes
Precisamos abrir mais nossos corações e mentes
Para entender que nada existe por obra do acaso
E o que vemos desde o final do ocaso
Até o esplendor de cada alvorecer
Tudo, enfim, tem uma razão de ser

sábado, 9 de agosto de 2014

Ninguém está só

Letra e música: Alexandre Paredes
Interpretação: Alexandre Paredes e Eduardo Braga
Arranjo: Flávio Fonseca
Vídeo: Cláudia Rezende

Acesse aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=VkmpzXjZ2oc





terça-feira, 17 de junho de 2014

Quantidade x Qualidade

Texto de: Alexandre Paredes













Quantidade é fazer número; qualidade é fazer a diferença.

Quantidade é viver muito; qualidade é ter muita vivência.

Quantidade é fazer mil coisas ao mesmo tempo; qualidade, a coisa certa no tempo certo.

Quantidade é enumerar suas virtudes e todo bem que se faz; qualidade é fazer bem o pouco que faz e ainda ficar quieto.

Quantidade é falar muito por não ter o que dizer; qualidade é dizer tudo mesmo sem nenhuma palavra.

Quantidade é ter tudo e ainda ter pouco; qualidade é ser feliz com quase nada.

Quantidade é viver correndo contra o tempo; qualidade é aproveitá-lo, usando-o a nosso favor.

Quantidade é ter muita gente ao seu redor e ainda assim sentir-se só; qualidade é ter amor.

Quantidade é ter muitas e grandes ambições; qualidade é ter um sonho.

Quantidade é conquistar o mundo; qualidade é o despertar do sono.



domingo, 25 de maio de 2014

Céu e Inferno

Poema de: Alexandre Paredes



Se respondendo a Simão
O mestre ensina o perdão
Não sete vezes somente
Mas setenta vezes sete, sempre
Quanto mais o Pai que está nos céus
Que ama a todos os filhos seus
Indistintamente, infinitamente
Então como imaginar o inferno ardente?

Se os homens ainda imperfeitos como são
Não dão pedra ao filho que lhe pede pão
Sabem dar uma nova oportunidade
Até ao que enveredou pela criminalidade
Será possível que Deus em toda sua majestade
Seja menor que suas próprias criaturas
Não dando a elas outras chances futuras
Pra se arrepender e conhecer a verdade?

Se existisse mesmo um castigo eterno
Que verdadeiro suplício não seria
Viver no paraíso todo dia
Vendo um ser querido queimar no inferno
Será que essa alma bondosa não tentaria
Descer dos cimos para aplacar a dor
Do filho, irmão, seja lá quem for
Daquele objeto maior do seu amor?

E, também, por outro lado
Poderia ser plenamente feliz no céu
Aquele que, levantando o véu
De todos os erros do seu passado
Perceber não ter totalmente expurgado
De sua alma os pequenos males e enganos
Sentir-se-ia merecedor da companhia dos anjos?
Não pediria pra voltar e viver mais alguns anos?

E se a maldade no mundo campeia
Basta ver o noticiário de cada dia
A fila do inferno deve estar cheia
Enquanto a do céu, bem mais vazia
Será que é essa a lógica da Criação?
Separar no além irmão de irmão?
Deixar uns poucos na perene alegria?
E condenar para sempre a maioria?

Se há um Deus justo em nossa crença
E tivermos uma só vida na matéria
Por que uns nascem na miséria
Enquanto outros, na opulência?
Por que uns vivem na favela
E outros, em dourada existência?
Uma criança nasce perfeita e bela
Outra, com defeitos de nascença?

Se houvesse uma só existência
Qual seria então o destino
De quem morre ainda menino
E dos que viveram na demência?
Como entender qual o sentido
Daqueles em estado vegetativo
Que viveram uma vida sem viver
Sem poderem um caminho escolher?

Se são tantas perguntas, em suma
O certo é que, no além, a vida continua
Disso não nos resta dúvida nenhuma
E cada um leva consigo o bem ou mal que semeou
O céu ou o inferno que para si mesmo criou
Mas para compreender num só golpe de vista
Toda a misericórdia de Deus e sua justiça
Conciliando pecado e expiação
Arrependimento e reparação
Felicidade como uma conquista
No aprendizado, trabalho e evolução
A chave é uma só: reencarnação

sábado, 15 de março de 2014

Libertando-se

Texto de: Alexandre Paredes



Quando você percebe o valor que tem, liberta-se da necessidade de ter seu valor reconhecido pelos outros.

Quando você descobre a verdadeira força que tem, não sente necessidade de demonstrá-la; apenas exerce-a.

Quando você se desapega da ilusão do controle, mas faz a parte que lhe cabe e percebe a parte que não lhe cabe, a vida flui.

Quando você se desprende do sentimento de posse em relação às pessoas, aprende a libertar; libertando você aprende a amar; amando você encontra o amor.

Quando você busca a aprovação de sua própria consciência, esvai-se a necessidade da aprovação dos outros.

Quando você se dispõe a enfrentar a si mesmo, desaparece o ímpeto de vencer o mundo; quando esse ímpeto desaparece, você encontra a calma, e quando você encontra a calma, você vence.

Quando você procura o autoconhecimento, emancipa-se do jugo das aparências; então se desvanece a necessidade de mostrar ser o que não é.

Quando você se aceita e se compreende como é, desprende-se da necessidade de ser aceito e compreendido pelos outros, e é quando você passa a aceitar e a compreender os outros e as coisas como são. É nesse momento que você começa a mudar a si mesmo e a mudar quem está e o que está ao seu redor.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Eu estou ao teu lado

Letra e Música: Alexandre Paredes

Esse vídeo do Youtube é muito bom, feito pelo meu amigo Ito e o pessoal da NAVE.



Tem esse outro também.



Se estás doente, eu estou ao teu lado
Se estás contente, não te esqueças de mim
Quando estás odiando, eu estou te amando
Quando pedes justiça, eu te mostro o perdão
Quando queres a ilusão, eu sou a verdade
Quando foges do bem, sou a dor do caminho

Se estás cansado,  eu estou ao teu lado
Se estás calado, sou a voz do silêncio em teu coração
Sou a voz a falar através dos tempos, a te chamar

Me procuras nos templos de pedra, igrejas
Em imagens que o tempo haverá de levar
Mas eu estou ao teu lado através dos que choram
Nos lares daqueles que não têm pão

Não importa o meu nome, eu estou ao teu lado
Na figura daqueles que não sabem sorrir
Dos meninos das ruas, dos velhos que vivem sós
Eu te espero, ainda, venha me seguir

Eu estou ao teu lado, venha me visitar
Nesse dia então me conhecerás
E se teu coração se abrir de repente
Eu estarei dentro de ti


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Destino

Poema de: Alexandre Paredes



Pergunta o homem desde o princípio
Somos autores de nossa própria história?
Existe destino? E onde fica o livre arbítrio?
Nosso futuro está escrito
Em algum lugar do céu estrelado?
E se meu caminho já foi traçado
Pra quê o esforço, se cada um está fadado
Ao fracasso ou à vitória?
Responde o sábio pelas páginas do infinito:
“A semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória”

Se vamos colher espinho, se vamos colher morango
Depende da semente que a gente escolhe
Se vamos colher sorrindo, se vamos colher chorando
Depende do jeito que a gente colhe

Pois, se é certo que quem planta espinho não colhe flor
E quem semeia ódio não ceifa amor
Se serve de consolo
Do barro jogado se faz tijolo
Do veneno destilado se faz o soro
A gente faz medicamento da erva amarga
E do limão azedo, a limonada
Dos espinhos plantados, a cerca viva
E se extrai beleza da lágrima vertida

Mas quem só reclama, blasfema, se revolta
Contra as sarças do caminho que ele mesmo lá plantou
Atira pedras, cacos de vidro e lixo à sua volta
Torna mais difícil a jornada adicionando ainda mais dor

Lei de causa e efeito, ação e reação
Não é lei de pecado e punição
De um Deus humano pelo homem imaginado
Que só pensa que o mal deva ser castigado
Essa Lei é oportunidade de aprendizado e evolução
De um Deus-Pai de justiça e amor ilimitado

Ele nos dá tempo ao tempo
Para absorvermos cada experiência
Para despertarmos para o arrependimento
Com o desenvolvimento da nossa consciência
Ela é nosso juiz e advogado
Nos mostrando quando algo vai errado
Nos chamando ao desejo de reparação
Quando fazemos o mal ao nosso irmão

E, então, de coração renovado
Pedimos a Deus uma nova encarnação
Para passar por tal vivência ou tal provação
E, assim, o espírito culpado
Escolhe o roteiro a ser seguido
Visando retornar com o espírito redimido
À verdadeira vida, à vida espiritual
A vida da alma imortal

Se existe um destino, uma fatalidade
Essa, sim, é a da imortalidade
E a de alcançarmos, todos, a suprema felicidade
Após muitos milênios de depuração
Passando várias vezes pela porta da reencarnação

Se existe um destino, uma fatalidade
É a de que vamos adquirir total sabedoria
Descobrindo em nós a plena verdade
É a de que cada um viverá a eterna alegria
Amando a todos sem distinção
Amará a quem odeia ou já odiou
Que cada um verá a Deus, no seu coração
Pois foi para isso que Ele nos criou
Para amarmos como Jesus nos amou