Poema de: Alexandre Paredes
Eu vejo tanta esperança no
que ainda se espera
Tantas rimas que criei,
mas que daqui não fizeram parte
sábado, 19 de outubro de 2019
sábado, 5 de outubro de 2019
Terapias Vibracionais
Artigo de: Alexandre Paredes
Algumas pessoas
não acreditam em determinadas terapias integrativas – como homeopatia, florais,
Reiki, cristais, cromoterapia, acupuntura etc. – apenas pelo fato de que estas
não se utilizam do paradigma tradicional da ação química ou da intervenção
física, material.
Mas o que é
matéria afinal? Do que ela é feita? De energia! A energia nuclear é a prova
disso. Um átomo é energia condensada, vibração, partículas em alta velocidade
em torno de um ponto, ondas, campo magnético.
Neste momento,
seu coração está batendo graças a impulsos elétricos. O que são impulsos
elétricos? Energia. De onde esses impulsos vêm? Do cérebro. E o que move o
cérebro? A mente. O paradigma materialista não sabe o que é a mente.
Quando você
escuta uma música que o comove até as fibras mais íntimas e o faz chorar ou
sentir uma grande alegria, o que produz isso? Energia, por meio dos sons em
harmonia, em determinadas frequências que se combinam e que vibram pelo ar até
chegar aos seus ouvidos e o cérebro. E o que pensar de experimentos científicos
realizados com plantas nos quais se concluiu que elas são sensíveis à música? E
elas não têm ouvidos nem cérebro, mas, ainda assim, são sensíveis à música.
Na homeopatia,
quanto mais dinamizada - ou seja, diluída com sucussão (movimento que acrescenta energia cinética) - uma determinada substância, mais
profunda é sua ação. Em alguns países da Europa, onde vige a visão materialista
(mas de um materialismo que parece desconhecer a natureza da matéria),
medicações homeopáticas com potência (dinamização, diluição) acima de CH 12
(dinamização centesimal de Hahnemann, pai da homeopatia) não podem ser
comercializadas, por não conterem mais nenhuma molécula da substância original,
pelo entendimento de que, se não tem matéria, não poderia ter ação, o que é um
engano.
Isto significa dizer que uma medicação
homeopática tipo de média potência, como Lachesis CH 200, por exemplo, não
possui sequer uma única molécula da substância original, que é o veneno da
surucucu. Então, como o efeito pode ser mais profundo em medicações
homeopáticas de alta potência? É porque essas medicações carreiam energia,
vibração, e quanto maior é a potência, mais sutil é a vibração, que alcança
mais profundamente os níveis mental e emocional. Aqui no Brasil, a homeopatia é reconhecida
pelo Conselho Federal de Medicina, sendo muito comum o uso de substâncias
dinamizadas nas potências de CH 50.000, CH 100.000 ou mais.
O fotógrafo e
escritor japonês Masaru Emoto fez diversas experiências com fotografias
microscópicas da água submetida a determinados pensamentos humanos, palavras e
a alguns tipos de músicas. As fotos revelam que alguns padrões de pensamento e emoções
humanas são registrados e, de certa forma, retidos, pela água. Em algumas
situações, as moléculas da água se organizaram de forma harmônica, simétrica,
formando belas imagens, e em outras ocasiões, apresentaram uma imagem
assimétrica, desarmônica e desorganizada, a depender do tipo de pensamento,
emoção ou música. A água, tanto na homeopatia como na terapia floral, funciona
como um veículo que retém e transporta essa energia, que será absorvida pela
pessoa a ser tratada.
Fotografias
Kirlian realizadas em sessões de imposição de mãos revelam que a aura, ou campo eletromagnético, da pessoa que impõe as mãos para doar energia bem como a
aura daquele que recebe essa terapia sofrem visíveis e significativas
alterações, durante e depois da ação do doador. Aliás, o que é essa aura, invisível
aos olhos humanos, mas já perceptível por aparelhos, senão uma forma de energia?
Em pesquisas acadêmicas
de diversas Universidades pelo mundo, como a de Yale e Oxford, concluiu-se que,
quando um grupo de pessoas se dispõe a meditar com frequência, os índices de
violência e criminalidade são reduzidas drasticamente na comunidade ao redor. Ou
seja, o que acontece, em silêncio, na minha mente, influencia o mundo que me
cerca, do mesmo modo como a música que se propaga pelo ar e as ondas que se
propagam pelo mar. É energia que emitimos e captamos, segundo a lei de
ressonância vibratória.
Cada um de nós é
um foco de captação e emissão de energia. E, se tudo na natureza vibra, emite e
recebe energia, nada mais sensato do que compreender que a ação terapêutica das
chamadas terapias integrativas é real e racional.
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Nova Estação
Texto de: Alexandre Paredes
Hoje começa novamente a primavera, pelo menos aqui no hemisfério sul.
Hoje começa novamente a primavera, pelo menos aqui no hemisfério sul.
Você já deve ter lido coisas do
tipo: a primavera é a estação das flores; o outono é quando as folhas caem no
quintal, é a estação dos frutos; o verão é a época de sol e calor; e o inverno
é a época do frio, tempo fechado, coisas desse tipo.
Nada disso faz muito sentido aqui em
Brasília, e não deve fazer sentido em muitos lugares, pois as estações do ano têm
um padrão único em cada lugar, a depender da latitude, altitude, proximidade
com o mar, das correntes oceânicas, se tem montanhas por perto, florestas,
entre outras coisas. Então esqueça tudo o que você aprendeu nos seus livros do
ensino fundamental.
Em Brasília, o inverno é ensolarado
e seco; passa um friozinho sim, mas nada demais. Lembro-me de quando eu estava
na sexta série e tinha acabado de aprender o que eram as estações do ano
segundo o padrão europeu ou norte-americano. Aí eu disse para a minha
professora “Então estamos no verão!”. “Não!”, ela disse, “estamos no inverno!”.
E aí eu não entendi mais nada (nós estávamos em agosto).
Aqui as folhas caem no inverno, por
conta da seca. Os frutos aparecem o ano todo: a manga e a goiaba aparecem no
verão; o abacate e a amora, na primavera; o cajuzinho do cerrado e a jaca, no
inverno. Mas há frutas que aparecem no outono também, como a mexerica.
Se tem fruto o ano inteiro, o mesmo
acontece com as flores. Então a primavera não é a estação das flores, pelo
menos na minha cidade. A época que tem mais flores em Brasília é em julho e
agosto (isso mesmo!), quando surgem as flores de mangueira, que têm um cheiro
estranho.
Ou seja, precisamos rever o que
ensinamos e aprendemos, para nos adequarmos à nossa realidade, e para deixar de
continuar a ver a realidade segundo o que os colonizadores europeus nos
ensinaram. Aliás, isso vale para qualquer coisa!
sábado, 31 de agosto de 2019
Irreflexão
Texto de: Alexandre Paredes
No Brasil de hoje, se eu disser que houve tortura e ditadura, sou chamado de lulopetista.
Se eu falar que o País não pode mais compactuar com a corrupção que vivemos nos últimos anos, me veem como bolsonarista.
Se defendo os direitos humanos e o meio ambiente, dizem que tenho um viés ideológico.
Se menciono que é preciso tornar a máquina estatal menos onerosa e mais eficiente, me chamam de neoliberal.
Se defendo que as prostitutas são seres humanos, que devem ser tratadas com respeito e dignidade, se defendo o direito de minorias oprimidas, se defendo o direito das mulheres, me chamam de esquerda.
Se falo que sou contra a legalização do aborto provocado, porque o feto também tem direito à vida, me chamam de coxinha.
Se digo que o Estado deve ser laico e que as religiões no mundo, aliadas à política, foram responsáveis pelas piores guerras e os maiores absurdos contra a humanidade, me chamam de subversivo.
Se argumento que uma sociedade sem Deus e sem valores morais é uma sociedade condenada à decadência, me chamam de gado.
Se defendo o direito dos gays e lésbicas de terem o casamento reconhecido pela sociedade, dizem que sou progressista.
Se valorizo o empreendorismo, o trabalho, o esforço e o progresso, em vez do assistencialismo, me chamam de conservador.
Se digo que não se reformam sistemas sem reformar mentalidades, e que nenhum sistema econômico ou político logrará êxito sem reformarmos a nós mesmos, me chamam de anarquista.
Se afirmo que nunca houve comunismo de fato, e que as experiências socialistas que já existiram firmaram-se com base em grandes mentiras, me chamam de capitalista.
Se digo que a nossa sociedade deve lutar pela igualdade de direitos de acesso à educação e saúde de qualidade, e às mesmas oportunidades, me taxam de socialista.
Se explico que, entre os extremos, existe o caminho do bom senso e da construção coletiva da nossa realidade, não com base em ideologias prontas de teóricos de séculos passados, me chamam de ignorante ou ingênuo.
Quando foi que passamos a ver o outro como um rótulo, uma embalagem, uma ideia pronta?
Quando foi que deixamos de ouvir, escutar o que outro tem a dizer e a defini-lo antes mesmo que ele diga alguma coisa? Quando foi que passamos a nos tornar os donos da verdade?
Quando foi que nos tornamos cegos, de uma cegueira seletiva, em que insistimos em não ver aquelas evidências que nos obrigariam a rever nossos posicionamentos arraigados e apaixonados?
Temos que sair dessa visão tosca e míope do mundo. Nenhum teórico do século XIX tem a solução pronta para nossos problemas de hoje, apesar de nos trazerem belas reflexões.
Muitas ideologias são boas, mas qualquer ideologia sucumbe diante do interesse pessoal. Até quem defende uma não-ideologia já está apresentando uma ideologia, pois elas são sistemas de ideias e nada se implanta no mundo sem o amparo de ideias.
Quando foi que deixamos de refletir, estudar com profundidade, para aderirmos tão facilmente a discursos vazios, partidarismos estéreis e a fake news?
Como foi que deixamos que a Sociologia e Filosofia nas Universidades passassem a serem vistas como desperdício de dinheiro do contribuinte? Acredito que uma sociedade que soubesse pensar, questionar, repensar a si mesma com o mínimo de ponderação e equilíbrio daqueles que estudam com profundidade não estaria nessa polarização tão grande e nesse embate tão improfícuo de nossos dias.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Ritmo da Vida
Poema de: Alexandre Paredes
Inspirar, expirar
Aprender, fazer
Lutar, relaxar
Sonhar, viver
Doar e receber
Falar e ouvir
Trabalho, lazer
Inovar, repetir
Amar, amar-se
Raciocinar, sentir
Curar, curar-se
Esperar, seguir
Semear, regar e colher
Sofrer, esperar e sorrir
Ao se perder, voltar e se redimir
Tropeçar, levantar, reagir
Nascer, viver, morrer
Transcender, ressurgir
Renascer,evoluir, crescer
Aprender a ser feliz
Tudo tem seu ritmo
Tudo tem seu tempo
O verão traz nova vida
O inverno, o recolhimento
O outono, a beleza e a magia
E a primavera, o renascimento
Tudo tem seu ritmo
Tudo tem seu tempo
O verão traz nova vida
O inverno, o recolhimento
O outono, a beleza e a magia
E a primavera, o renascimento
Após um ciclo, sucede outro
E após o velho, aparece o novo
O novo reacende a esperança
De encontrar aquele pote de ouro
Que está em mim, em ti, no outro
Dentro de cada um, a velha criança
domingo, 12 de maio de 2019
Homenagem à minha mãe
Minha mãe é a mãe de uma vida inteira
Às vezes, alegre, à vezes triste, mas sempre gentil e companheira
Conduziu todos nós à luz com sua, a nossa dor
E foi através dela que conheci essa Doutrina de amor
Como toda mãe, a minha também tem seus defeitos
O maior deles é essa mania de servir e esquecer de si
Mas também de ficar se culpando pelos seus pretensos erros
E o de ficar esperando os filhos à noite para poder dormir
Mãe, você não me ensinou tudo, mas tudo o que eu precisava
Meio sem querer, sem saber, me ensinou a cantar
Com o seu coração e carinho, deu-me abrigo
E apenas me amando, ensinou-me a amar
Feliz Dia das Mães
Te amo.
Alexandre Paredes
sábado, 13 de abril de 2019
Luz no Olhar
Poema de: Alexandre Paredes
Tem palavra que
carece de ação
E tem ação que não
carece de palavra
Tem silêncio que
quase tudo fala
E tem silêncio que
parece oração
Tem amor que mais
parece egoísmo
Que ofende, prende
e fere lá no fundo
E tem a mão que te
puxa lá do abismo
E que te faz alguém
melhor pro mundo
Tem amigo que te dá
conselho
Tem amigo que até
parece inimigo
Tem aquele que quer
ser teu espelho
E tem o que está
sempre lá te ouvindo
Tem prazer que mais
parece droga
Que suga quase toda
nossa energia
Tem dor que aperta,
dói e afoga
Mas que desperta a
alma pra vida
Tem caminhos que
não levam a nada
Tantas utopias que
não têm futuro
Tem sonhos que são
o Sol na estrada
E tem quase nadas
que são quase tudo
Tem esmola que
maltrata, humilha
E tem quem dá o
próprio coração
Tem doação de quem
se coloca acima
E tem caridade de
irmão para irmão
Na verdade, nem
tudo é o que parece
E aquilo que nos
parece não é tudo
Se a luz do Sol faz
o dia que amanhece
A luz do olhar é a
luz que move o mundo
sábado, 23 de março de 2019
Depressão e Modernidade
Artigo: Alexandre Paredes
A
depressão é uma epidemia da era moderna. E não é por acaso, pois ela está
intimamente ligada ao estilo de vida do nosso tempo e ao nosso modo de ver as
coisas.
Desde
cedo acumulamos muitas atividades, aprendemos a ser escravos do relógio e da
agenda, e estamos desaprendendo a curtir o tempo livre, a sentir os prazeres
simples da vida e a viver o inesperado.
A correria da vida
moderna exige-nos velocidade, pressa, excesso de
afazeres e responsabilidades, e não conseguimos desacelerar para dormir e
descansar; vivemos em constante ansiedade.
Vivemos sob
modelos de perfeição, seja física ou moral. Isso não nos ensina a lidar com a
imperfeição, seja nossa, do nosso corpo, dos outros ou da vida. Temos
dificuldade em nos aceitarmos como somos, em aceitar as coisas como são, em
aceitar a vida como ela é.
Sempre
nos disseram que temos que vencer na vida; não temos aprendido a perder, como
parte do processo natural da nossa caminhada, nem a aprender com os nossos próprios
fracassos, nem, simplesmente, a viver.
Num mundo
altamente competitivo, nunca somos bons o suficiente, o que nos leva a nos
consideramos perdedores ou inadequados. Não entendemos que as pessoas são
diferentes, têm aptidões e aspirações diferentes, e quando não conseguimos nos
adequar ao que o padrão social espera de nós porque somos naturalmente
diferentes, únicos, sentimo-nos inferiorizados ou incapazes, em vez de sermos
valorizados pelo que temos de diferente, singular. Enfim, não temos aprendido a
nos amar.
Para os
considerados vencedores na vida, os invejados do mundo, o preço a pagar é, por
vezes, muito alto. Carregam nos ombros o fardo de tantas responsabilidades e
enfrentam de tal modo as intrigas humanas que nem sempre conseguem suportar a
pressão.
A civilização
multiplicou comodidades, facilidades, soluções prontas e rápidas para tudo –
medicamentos e cirurgias para todo tipo de sofrimento, livros de autoajuda para
todos os tipos de problema nas prateleiras, algumas religiões prometem soluções
fácies para atender às nossas necessidades imediatistas –; tudo isso não nos
ensina a lidar com a frustração nem a exercitar a nossa própria sabedoria na
solução de problemas, pois algo superior, exterior, ou alguém habilitado irá
resolvê-los por nós.
Nosso mundo está
poluído de imagens, que distorcem a nossa realidade, o que nos leva a valorizar
e a acreditar mais na imagem da realidade do que na própria realidade; isso nos
leva a viver uma vida de faz de conta, para aparentar sermos tão felizes e bem-sucedidos
quanto aqueles das imagens que admiramos. Essa situação distancia-nos da nossa
verdade interior, única que pode nos levar ao nosso desenvolvimento, para que
possamos nos tornar pessoas plenas e felizes.
Olhamos tanto no
espelho e fazemos tantas selfies que
estamos nos esquecendo de olhar para dentro de nós e sermos sinceros com nós mesmos.
Parece que não pega bem termos tristeza, angústia, ansiedade; não aprendemos a
olhar para a nossa dor e buscarmos
acolhê-la, compreendê-la, para que, com autoconhecimento, transformemo-nos com
a ajuda da dor, ouvindo o que ela tem a nos dizer. Aqueles que nos cercam
também não estão interessados em nos ver tristes, porque eles também não querem
olhar para as próprias aflições que carregam. Então fugimos e disfarçamos,
buscando uma alegria aparente e efêmera, muitas vezes com a ajuda do álcool ou
outras drogas.
Se não
aprendemos a lidar com nossas frustrações e com nossa dor, também não aceitamos
que nossos filhos sofram ou tenham frustrações. Na tentativa de impedir que
eles sofram, evitamos dizer não, impor limites, damos-lhes conforto,
facilidades, compensações; queremos dar-lhes as alegrias que não tivemos e impedir
que sofram o que sofremos, mas isso não os ensina nem os prepara para viverem a
própria vida.
A sociedade de
consumo promete a satisfação de nossas necessidades, que são confundidas com a
real satisfação interior. Carros, viagens, casas dos sonhos, roupas de marca,
festas, ótimos restaurantes, bebidas alcoólicas e até drogas prometem
satisfação, mas que é efêmera, irreal, gerando novas necessidades de consumo ao
infinito, deixando para trás a ilusão e o vazio interior, pois a verdadeira
satisfação interior nunca se obtém por meio de coisas.
Há uma
supervalorização do novo e desvalorização do velho, tido como obsoleto,
ultrapassado, descartável. A velhice é vista como algo ruim, que deve ser
evitada, escamoteada ou postergada a todo custo, e não como um evento natural;
isso gera ansiedade e tristeza diante das transformações do corpo e da vida.
O paradigma
materialista, que ainda vige em nosso tempo, prega que nada existe além de
nossa matéria visível: nem alma, nem vida após a morte, nem Deus. Nossas vidas
seriam um jogo de coincidências e as grandes aflições, um resultado de acasos
infelizes. Sem uma esperança no porvir, não encontramos nenhuma consolação na
dor, nenhuma razão em sofrer, nenhum sentido em viver, já que a vida, cedo ou
tarde, findará. Essa visão de mundo se instala de forma imperceptível e conduz
ao suicídio.
A Ciência nos
trouxe grandes avanços em nossa forma de enxergar o mundo e o Universo; novas
tecnologias vieram minimizar os sofrimentos humanos, aplacar as dores físicas,
aliviar sofrimentos psíquicos, diminuir as distâncias, facilitar as
comunicações, aumentar a expectativa de vida, mas ainda está longe de responder
aos nossos questionamentos mais fundamentais: qual o sentido da vida? Por que e
para que sofremos? Por que estamos aqui? A vida terá fim? O que há após a
morte? Reencontraremos nossos entes queridos que se foram? Somos meras obras de
acontecimentos aleatórios ou estamos sujeitos a desígnios superiores que guiam
nossas vidas?
Por outro lado,
para fazer face ao paradigma materialista e à dispersão de referenciais morais,
num mundo cada vez mais plural e heterogêneo, algumas instituições religiosas tentam,
a todo custo, levar adeptos por meio de promessas que não conseguem cumprir, arrebanhar
fiéis para suas crenças baseadas em dogmas, verdades impostas, que naufragam
diante da evidência e da razão, deixando para trás a frustração e a revolta, em
virtude de desejos imediatistas não atendidos.
A depressão é
uma doença, uma desordem mental-emocional e do sistema nervoso, que afeta e é
afetada pelas funções e disfunções neuroquímicas do cérebro e, como tal,
necessita de tratamento, com psicoterapia e medicação, além do apoio de amigos
e familiares, bem como do suporte de algum tipo de fé e espiritualidade.
Mas além de ser
uma doença de um indivíduo, é uma doença de uma sociedade inteira, que gera
pessoas deprimidas; que esvazia do ser humano a sua humanidade; uma sociedade
que, maravilhada com os avanços da ciência, mas também atordoada com a
capacidade humana de gerar infelicidade, crueldade, abandono e esquecimento,
não consegue dar respostas aos verdadeiros sofrimentos humanos, que persistem
sob os mais variados nomes, classificados nos livros técnicos de patologias
mentais.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Necessidades Básicas
Texto de: Alexandre Paredes
A casa de pedra ou
de madeira abriga-nos do frio e das intempéries da natureza, enquanto o
verdadeiro lar é o refúgio que abriga os corações e protege-nos das tempestades
da vida.
O emprego e o
empreendimento fornecem-nos as condições para o sustento do corpo; o trabalho
edificante e realizado com amor e boa vontade é o sustento da alma.
Os sistemas de
vigilância, a polícia e as armas proporcionam a segurança em nossa sociedade,
porém somente o bem que parte de nós é o que pode impedir que o mal nos atinja
de fato.
Os códigos e as
leis garantem a justiça e o equilíbrio nas relações do mundo exterior, mas
apenas o cumprimento de nossos deveres morais garante o acesso aos nossos
direitos prescritos pelas leis eternas.
O pão, o ar que respiramos
e a água são o alimento para o corpo; a oração e a meditação são o alimento
diário do espírito.
A saúde do corpo
reclama boa alimentação, descanso, atividade física, medicação, hospitais,
médicos, saneamento básico; no entanto, a saúde plena e duradoura, assim como a
verdadeira cura, exige a nossa reeducação interior.
A educação para a
vida material exige-nos estudo, leitura, material didático, professores,
escolas; contudo, para alcançarmos sabedoria, é preciso algo mais: é necessário
o olhar para dentro, sentir com o coração a nossa real essência, olhar para a
vida com “olhos de ver”, ouvir em silêncio os recados que a vida tem a nos
dizer.
Moradia, emprego,
segurança, justiça, alimento, saúde e educação são necessidades básicas do ser
humano para a vida material. Mas não ignoremos que as reais necessidades
residem na alma, e para atendê-las, é necessário sempre um movimento de dentro
para fora.
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Quinta Essência
Música Instrumental
Composição e Piano: Alexandre Paredes
Arranjo e Teclados: Flávio Fonseca
Esta música é a última faixa do meu 2º CD, Ninguém Está Só.
sábado, 3 de novembro de 2018
Essência Divina
Texto de: Alexandre Paredes
Conserva a esperança no porvir, ainda que te
encontres algemado ao momento em que vives, nas situações probatórias ou no
remorso destrutivo. Percebe que, na realidade, o futuro é alegria na
imortalidade; o passado, aprendizado; e o momento presente, oportunidade de
libertação.
Fala com bondade e indulgência, ainda que tragas o
coração conturbado pela incompreensão, ainda que dentro de ti se faça um
turbilhão de emoções em desalinho. Não deixes extravasar o fel da tua boca.
Lembra que são nos momentos de maior crise que se operam as maiores
transformações.
Faze o bem que puderes, ainda que pareças, a cada
dia, mais dominado pelo mal, pelo vício, pelo erro. Deus observa a nobreza das
tuas intenções e fará o milagre da multiplicação das migalhas das tuas boas
ações.
Mantém o pensamento no Criador da vida; busca as
aspirações elevadas e o olhar firme nas coisas celestes, ainda que teus pés se
encontrem amodorrados no lodo das paixões da vida material. Confia. O Pai
dispôs no coração de cada um de nós o tesouro da boa-vontade, mas não desprezes
o concurso amigo do tempo.
Procura viver com alegria; distribui a paz e a paz
te procurará onde estiveres. Ainda que a tristeza te encontre, não fujas da
oportunidade de sorrir, de consolar, de secar uma lágrima. Aquele que vive em
Deus encontra sempre a alegria de servir e sabe que toda situação que a vida
lhe oferece – de sofrimento ou de prazer, angústia ou paz – concorre para o seu
aperfeiçoamento e, portanto, para a sua felicidade.
Recorda sempre da tua condição de ser humano, mas
não te esqueças de tua natureza essencialmente divina, por sermos todos
criaturas desse Ser Maior, que nos ama como somos, porque foi Ele quem nos
criou.
Embora predomine em nós, ainda, o lado grosseiro,
porém transitório, da matéria, das paixões, do egoísmo, sobreviverá em cada um,
perante a ação dos séculos, a centelha vivaz do espírito imortal, que evolui
sempre, e sempre para o bem, para a própria cura, e que traz em si os germens do
amor puro, da luz, da sabedoria, da felicidade e da plenitude diante da
eternidade.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Tempo de Extremos
Poema de: Alexandre Paredes
Tempo de extremos e de extremistas
Ninguém escuta, todo mundo grita
Todo mundo
fala, todo mundo opina
Uns apontam
para a esquerda a solução
Outros
acenam para a direita, em vão
Se não
aprendermos a olhar para cima
Toda
doutrina, teoria, partido ou igreja
Toda
ideologia, por mais bela que seja
Fracassa
diante do interesse pessoal
Sucumbe
diante do egoísmo, do mal
Que existe
dentro de cada ser humano
E só
combatê-lo fora é grande engano
Belo
ornamento é a palavra sem ação
O querer
ensinar sem aprender a lição
Quem prega
respeito desrespeitando
Quem combate
a violência violentando
Brada,
briga, despende energia a esmo
Pois é só
mais uma variação do mesmo
É só a
renovação da velha hipocrisia
Que veste os
homens na mesma fantasia
De defender
a ética feita para os outros
E fazer
valer justiça somente para poucos
Tornando-os
cegos perante os seus erros
E
indiferentes ao mundo e seus desterros
Vivemos num
tempo de muitos direitos
Escritos em
códigos e leis, em várias línguas
Mas que não
são suficientes para dar jeito
Nas tantas
mesas que se encontram vazias
Não dão
conta de aplacar o vazio e a dor
Gerados pelo
desespero e a fome de amor
Nada se
consegue vencendo discussão
Prosperidade
é fruto do trabalho e união
De todo um
povo em torno do bem comum
A vitória não
vem somente das mãos de um
Mas das mãos
que se dão em torno da gente
Aprendendo a
conviver com que vê diferente
Se queres
convencer alguém, exemplifica
Se procuras
um mundo melhor, edifica
Perante a
injustiça e o mal, não te cales
Diante da
luta da vida social, não te afastes
Mas, perante
o intolerante, tolera, silencia
Se queres o
bem ao teu redor, vivencia
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Relacionamentos
Texto de: Alexandre Paredes
Relacionamentos são sempre complexos. Difícil falar sobre eles,
mas alguma coisa aprendi – e ainda continuo aprendendo – sobre esse tema tão
rico.
Nada do que você fizer poderá garantir que uma pessoa permaneça ao
seu lado ou que ela a ame. O máximo que a gente pode fazer é amar, mas o que o
outro sente, faz ou decide não está em nossas mãos.
Uniões afetivas entre duas pessoas que se comprometem apenas uma
com a outra podem ser mais verdadeiras e conforme as leis de Deus do que muitas
uniões realizadas perante o sacerdote ou o juiz.
Nem sempre estar junto debaixo do mesmo teto significa que haja
amor, que haja sucesso no relacionamento ou que haja casamento de fato; às
vezes, casais se mantêm unidos por jogo de interesses, medo de ficar só,
dependência, subjugação psicológica, violência, descrença na própria capacidade
de ser feliz ou crenças equivocadas.
A separação nem sempre significa que o amor acabou; pode ser que o
amor permaneça, porém de outra forma, pois existem muitas formas de amar. Mas pode
ser, também, que nunca houve amor de fato.
O término de um relacionamento não significa fracasso, mas apenas
que duas pessoas tiveram um aprendizado juntas, porém agora estão trilhando
caminhos diferentes, ou quer dizer, simplesmente, que as pessoas têm a
liberdade de fazer novas escolhas a cada dia. No entanto, manter unidas duas pessoas
que não estão mais unidas de fato, manter um relacionamento à força, que não
faz bem, que gera a infelicidade no lar, em que não há amor nem respeito, isto sim é um fracasso pessoal.
Ficar só não também não é nenhuma derrota. Todos nós, em algum
momento de nossas vidas, ficamos ou ficaremos sós, e é necessário se relacionar
bem consigo mesmo para que se consiga criar uma nova relação sadia com alguém.
Sentir-se só, porém, é diferente de estar só; sentir solidão é um
chamado para a reflexão sobre a maneira como você se relaciona com outrem ou
consigo mesmo. Há pessoas que se sentem sós mesmo tendo um relacionamento
estável e família formada.
Difícil manter uma relação sem que haja perdão. O perdão é uma
necessidade diária, mas perdoar não significa ser conivente com o abuso, e
perdoar também não quer dizer que, necessariamente, se mantenha a mesma relação.
O amor liberta, nunca aprisiona; do
contrário, não é amor. Quando nossa forma de nos relacionarmos com alguém é
baseada em exigências, imposições, obrigando o outro a agir conforme a nossa
vontade, mais o afastamos de nós.
O compromisso que temos com alguém não pode ser mais importante do
que o compromisso que temos perante nós mesmos, perante nossa própria
consciência, perante nossa vida. Se um relacionamento nos afasta de nós mesmos,
nos torna pessoas piores para com aqueles que nos cercam, então é hora de
repensá-lo.
Relacionamento sadio é amar e respeitar o parceiro como ele é, e
não querendo modificá-lo, moldá-lo ao que queremos que ele seja para nós, pois isso
é mais egoísmo que amor. Isto não quer dizer que as pessoas não possam evoluir,
crescer, amadurecer, mas esse processo somente ocorre no tempo de cada um, e
não no nosso.
É um contrassenso exigir fidelidade e manter uma relação com
indiferença, desamor, falta de carinho ou respeito, pois esta é uma forma de
destruir a relação por inanição, desnutrição de afeto. Há quem viva desse modo
e depois se admira ou se revolta por ver o parceiro buscar afeto e carinho em
outra relação.
Manter uma relação sem amar o suficiente, alimentando falsas
esperanças em quem está ao nosso lado, é receita para o sofrimento; é semear o
lar infeliz de amanhã. Seja sincero para com o outro e para consigo mesmo, para
não ser infeliz, para não fazer o outro infeliz, para não criar filhos
infelizes.
O prazer é um aspecto importante em qualquer relação e na vida de
qualquer ser humano, e não pode ser negligenciado. Porém, relações que visam
somente o prazer e a satisfação dos sentidos, sem levar em conta os
sentimentos, sempre acabam machucando todos os envolvidos, inclusive os
eventuais frutos, os filhos. Relacionamentos assim são uma forma de tratar
pessoas como objetos e, cedo ou tarde, aquele que se colocou na condição de
objeto reclama sua condição de ser humano, que tem sentimentos e não apenas
sensações.
As relações de uso não existem somente onde há promiscuidade. Há
relações monogâmicas, de casais há muito tempo unidos, em que há relação de
uso, em que alguém explora ou se utiliza do outro, ou, ainda, se coloca na
condição de objeto.
Ninguém tem a posse de ninguém. A gente só pode ter ou perder
coisas, não pessoas. Quem tem sentimento de posse trata o outro como coisa, e
esse é o caminho mais curto para perder o afeto dessa pessoa.
Para uma pessoa ser amada e respeitada, é preciso que ela se ame e
respeite a si mesma. Quem se permite ser tratado como coisa, dificilmente
encontrará um parceiro que a ame; encontrará somente pessoas que gostem de
tratar os outros como objeto.
É preciso verbalizar o que sentimos pelo outro, mas, mais que
isso, é necessário converter em atos o amor que expressamos em palavras; do
contrário, serão apenas palavras vazias. As atitudes revelam o que as pessoas
sentem uma pela outra muito mais do que suas palavras.
O diálogo é essencial para uma relação duradoura e vai muito além
do que se fala – ele envolve os gestos, os olhares, o tom de voz e,
principalmente, o escutar –, mas não adianta querer forçar o outro a falar,
ouvir, entender, assim como de nada adianta forçar a tartaruga a sair do casco.
Muitas vezes, é preciso esperar, exercitar o silêncio e a compreensão.
Sentimentos mudam, se transformam, a beleza física passa, a
juventude e a paixão também passam, mas o que é real fica: a beleza do amor que
se renova e se fortifica, que se divide e se multiplica; o prazer da
convivência e de compartilhar cada momento, de tristeza ou de alegria; a
felicidade de poder dividir uma vida, de desnudar corpo e alma; a satisfação de
poder sentir e entender, e de ser sentido e entendido sem dizer uma palavra; a
satisfação de perceber que tem alguém ali sempre ao seu lado mesmo que não
esteja presente fisicamente.
sábado, 28 de julho de 2018
Projeto de vida
Poema de: Alexandre Paredes
Ser feliz.
Ser feliz.
Se não conseguir ser feliz, achar o caminho.
Se não achá-lo, caminhar feliz.
Ser útil.
Até o fim, e depois do fim.
Ser útil, mas não necessário.
E perceber meu valor e o das pessoas...
Além da própria utilidade.
Ser aprendiz.
Aprender a aprender.
Aprender a ensinar.
Aprender a ouvir mais que falar.
Aprender a ouvir mais que falar.
Ensinar o que aprender.
Aprender o que ensinar.
Ser fé.
Acreditar em mim.
Crer naquele que tudo pode.
E que muito posso quando creio.
E que quando minha vontade se une à Dele...
Nada é impossível.
Ser amor.
Amar o que sou.
Com minhas sombras e minha luz.
Fazer tudo aquilo que amo.
Amar tudo o que faço e tudo fazer com amor.
Amar os que amo, com atitudes mais que palavras...
E com verdadeira gratidão.
Amar quem não amo, com o bem e o perdão.
Ser vida.
Curar-me, plenamente.
E ajudar alguém a curar-se
Viver em paz.
Viver a paz.
Deixar paz por onde passar.
Deixar vida após a vida.
Viver a vida além da vida.
Ser simples.
Ser simplesmente eu.
Ser apenas o que sou.
Ser apenas um.
Ser um com Deus.
Ser o Deus que há em mim.
E ver o Deus que há em ti.
E ver brilhar a nossa luz.
Ser.
Não parecer.
Não perecer.
Não precisar ter.
Ser o melhor de mim.
Ser o ser que há em mim.
Apenas ser.
Transcender.
quarta-feira, 6 de junho de 2018
Sentido
Texto de: Alexandre Paredes
Ao mirarmos uma
estrela, percebemos logo sua luz, seu calor, sua grandeza, mas não notamos o
imenso espaço aparentemente vazio e escuro que a circunda.
Uma flor no deserto
faz-nos esquecer, por alguns instantes, todo o terreno árido ao seu redor, as
pedras, a poeira, os grãos de areia que a envolvem e o subsolo que a sustenta.
O nosso planeta é
pródigo em lugares cheios de vida, ricos em fauna e flora, mas esquecemos que
estes dependem dos lugares mais inóspitos: das cadeias montanhosas que
favorecem o ciclo das águas; dos pólos gelados, que possibilitam a circulação
das correntes oceânicas.
Em cada um de nós, há
muita luz, certamente, mas sombras também, e estas são importantes para que
apreciemos, de forma mais distinta, a beleza das cores.
Alguns Instantes de
felicidade valem mais do que todos os momentos de angústia, dúvida ou tristeza
reunidos, mas os momentos de aflição são valiosos instrumentos de nosso
aperfeiçoamento, impulsionando-nos para alcançarmos a verdadeira alegria
interior.
Aquele que saiu de um labirinto
precisou, sem dúvida, passar por muitos caminhos errados, becos sem saída,
estradas que não levaram a lugar nenhum, mas dificilmente ele teria se
libertado sem os momentos de tentativa e erro.
Uma pessoa que alcançou
a vitória, o sucesso, quantas derrotas não terá enfrentado! Quantas lutas não
terá vivido e quantos degraus não terá escalado para chegar ao cume! Mas são os
fracassos que mais nos ensinam e são as dificuldades que nos fortalecem para triunfarmos.
Talvez você esteja
passando por momentos de sombra, dúvida, fracasso, aflição; talvez esteja
passando por momentos que não façam sentido nenhum. Mas é a soma de tudo o que
vivemos que nos leva ao aprendizado e à sabedoria; são os degraus que nos levam
ao cume; são as dificuldades que nos conduzem à vitória; são as sombras que nos
fazem ver a luz; e quando encontramos a luz, tudo se ilumina ao nosso redor... E
é quando todo o resto faz sentido.
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