sábado, 20 de agosto de 2011

Entrevista na Rádio Boa Nova

Este é o programa ROTEIRO, de 04/07/2011, da Rádio Boa Nova, de São Paulo.

No programa, eu falo de música espírita e utilização da música no movimento espírita, e toco várias canções minhas ao vivo.

O programa apresenta, também, algumas músicas do meu novo CD - Ninguém Está Só, ainda pouco conhecidas pelo público.
 
 
Um abraço a todos.

domingo, 22 de maio de 2011

Sem alarde

Texto de: Alexandre Paredes

A tempestade surge em meio à noite escura e densa, relâmpagos ameaçadores cortam o céu, o mar se agita, o vento forte varre o chão. Contudo, por mais assustadora que tenha sido a tempestade, aparecerá, mais tarde, despontando no horizonte, discretamente, o primeiro raio de Sol e com ele o frescor de uma nova manhã.

As águas do rio caudaloso seguem revoltas, chocam-se violentamente contra as rochas do caminho, arrastam consigo tudo o que está pela frente: folhas, galhos, pedras; parecem querer ultrapassar o limite das margens. Entretanto, visto de cima, o rio mantém o seu curso natural, imperturbavelmente, há milênios.

A humanidade, de tempos em tempos, atira-se deliberadamente às paixões avassaladoras, arrasta consigo o ódio, o crime e todo sentimento insano, parece querer ultrapassar os limites das leis da vida. No entanto, a Justiça Divina segue seu curso natural, infalivelmente, através das sucessivas reencarnações de aprendizado e lutas, trabalho e aflições, a fim de conduzir-nos ao progresso.

A revolta blasfema, vocifera, arma-se contra tudo e contra todos. Porém, mais cedo ou mais tarde, o chamamento do Alto virá, silenciosamente, no íntimo de cada um, em forma de dor oculta, a fim de renovar os caminhos e inocular nos corações novos valores, para uma vida mais bela e elevada.

As guerras que assolam a face da terra espalham o medo e o terror, a morte e a crueldade, destroem cidades e os gérmens da paz e da felicidade entre os homens, mas não conseguirão conter a flor tenra da esperança que desabrocha, sem ser notada, no terreno fértil dos corações oprimidos.

As trevas, de vez em quando, lançam-se contra a luz, numa tentativa desesperada de conter-lhe a ação benéfica de clarear os destinos da humanidade. Contudo, serenamente e sem temor, a luz continua, até hoje, despertando os homens para as grandes realidades da vida.

O orgulho e a vaidade criam monumentos de pedra, constroem muros de prepotência, que separam o mundo entre ricos e pobres, fortes e fracos, grandes e pequenos. Porém, todas as construções do mundo não resistirão à ação do tempo, que segue, inexoravelmente, transformando-as em pó e ruínas, e nivelando a todos, como irmãos, na eternidade.

O mal precisa de muito espalhafato para apoiar-se no vazio que o sustenta, usa da violência para sentir-se percebido, não tem consistência, pois que, no íntimo de cada consciência, todos querem a paz e a felicidade, a luz e a verdade. O bem é calmo, sereno, e por isso mesmo raramente o encontramos, procuramo-lo onde ele não está e o encontramos onde menos esperávamos achá-lo.

A ciência do mundo ostenta sabedoria e conhecimento, gaba-se de suas descobertas e de suas verdades transitórias, que são como pequenas estrelas cintilando na escuridão; ironiza a fé que brota límpida na alma humana. Entretanto, um dia, ao contato das experiências e das lutas terrestres, a verdade há de inundar o interior de cada um, como uma luz insofismável, revelando-nos, secretamente, uma nova ciência, ainda desconhecida: a ciência da vida.

Muitas vezes, procuramos, avidamente, a felicidade na agitação do mundo, no prazer efêmero e fugaz das coisas materiais, nos ruídos da alegria vazia, no brilho das vestes coloridas e das riquezas que não nos pertencem de fato. Contudo, um dia, quando cansados e frustrados, vazios ou amargurados, recolhidos no silêncio de nós mesmos, buscaremos a paz do bem e do amor, e, assim, a felicidade irá nos procurar, pelos canais da espiritualidade superior e entrará devagarinho em nossas vidas, sem fazer alarde.

sábado, 14 de maio de 2011

Aos pais

Texto de: Alexandre Paredes

Aos pais, sobre seus filhos:

1.    Mais importante do que o presente é sua presença.

2.   O que importa não é a quantidade de horas que você compartilha com eles, mas a qualidade delas.

3.   Você será seguido muito mais pelos seus exemplos do que pelas suas palavras.

4.   As palavras que você disser para ele num momento de insensatez irão marcá-lo muito mais do que algumas palmadas.

5.   Os estímulos positivos que você transmitir a eles valerão mais do que muitas atividades que você pagar para eles realizarem.

6.   Suas palavras serão lembradas muito mais pela carga emocional com que foram ditas, de raiva ou de carinho, de aprovação ou desaprovação, de desespero ou de confiança, do que pelo conteúdo delas.

7.   Quando ele disser “eu detesto você”, na verdade, ele quer dizer “eu preciso que você me ame mais” ou “eu preciso que você demonstre mais que me ama”.

8.   Não basta dizer que os ama, é preciso demonstrar seu amor por eles por meio de atitudes, educando-os.

9.   Quando dizemos “não” e ensinamos limites a eles, estamos demonstrando que os amamos, mais do que quando fechamos nossos olhos aos seus erros por fraqueza ou indiferença.

10. Quando ele fizer questão de contrariá-lo, pode ser que esteja querendo dizer: “olhe para mim, mostre que se importa comigo, diga-me até onde posso ir”.

11. Cercá-los de mimos e cuidados exagerados, a ponto de impedi-los de fazerem suas próprias escolhas ou de viverem suas próprias experiências, não compensará nossas faltas para com eles e os fará infelizes.

12. Impedi-los de crescer, por medo de que eles sofram ou que eles nos esqueçam, não permitindo que se afastem de nós, é egoísmo de nossa parte.

sábado, 7 de maio de 2011

Por que orar?

Texto de: Alexandre Paredes

Se Deus sabe tudo antes mesmo de pensarmos, e se Ele já sabe o que é melhor para nós antes mesmo de pedirmos em prece, por que orar?

O que é orar? É entrar em contato, sintonia com Deus. E Deus nos dá a liberdade para entrarmos em sintonia com ele ou não. Ele nos dá o livre arbítrio para fazermos segundo a nossa vontade e espera pacientemente que o busquemos e o amemos.

Ele não nos obriga a nada. Caso contrário, seríamos apenas robôs, peças passivas nas mãos do Criador, que faria tudo por nós antes mesmo que pensássemos ou desejássemos. Imagine um pai que ensinasse aos filhos a respeito de dúvidas para as quais eles nem tenham despertado, um professor que solucionasse problemas antes mesmo que o aluno os tenha enfrentado. Não haveria proveito.

Por este motivo, Jesus disse “pedi e obtereis”, “batei à porta e ela se vos abrirá”, “buscai e achareis”. Senão, receberíamos sem pedir, acharíamos sem buscar, chegaríamos ao cume sem o esforço íntimo de elevação. E esse esforço tem de ser de oração aliada à ação e de ação inspirada pela fé. A fé é o farol; a ação é o barco em movimento, e só conseguimos achar a rota certa no meio da escuridão e das tempestades da vida se mantivermos a fé acesa.

Deus sabe o que é melhor para nós – praticarmos a sua lei de amor e justiça –, mas, na sua infinita sabedoria, não fará por nós a parte que nos cabe. Entretanto, ele coloca à nossa disposição os meios e as oportunidades para encontrarmos, por nossos próprios esforços e méritos, o caminho que nos levará à sua paz.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A chave do coração

Poesia de: Alexandre Paredes




Para encontrar o caminho da felicidade

É preciso abrir a porta do coração

Acender a luz da caridade
E encontrar a chave do perdão

No coração encontram-se latentes

As sementes do amor e da verdade
E a força interior vivente
Capaz de salvar a humanidade

Se permitirmos em nossa vida
Acumular o entulho da mágoa
Será então como artéria entupida
Impedindo fluir a alegria em nossa alma

Perdoar é esquecer a mágoa
Mas sem esquecer quem nos magoou
Não é aprovar a ofensa ou fingir que não foi nada
Mas amar e entender o ofensor

Para ser livre de toda dor em seu peito
Ame a vida, ame o outro, ame o mundo
Ame muito, lá do fundo
O homem, apesar de tudo, ainda tem jeito

Busque em você a sua luz interior
Ela é um farol a ser ligado a qualquer momento
Mas que tem um pequeno interruptor
Que não pode ser acionado de fora para dentro

Só você pode achar o caminho onde vai dar
Os seus sonhos mais queridos
Mas não viva só do seu próprio bem-estar
Enquanto o mundo traz consigo toda a dor dos excluídos

Estenda a sua mão a quem lhe pede pão
Escute a voz de quem tem tanto a falar
Quem faz do outro seu irmão
Não encontra a solidão e faz do mundo o seu próprio lar

Não deixe que a tristeza lhe torne alguém triste
Nem mesmo que a amargura em amargo lhe transforme
Por trás de toda dor que às vezes tanto insiste
Existe uma lição pra que sua alma se reforme

Quem encontra em seu íntimo o consolo da fé
Sossega a vida, acalma a ferida que está doendo
Busca a chama do bem e enfrenta tudo o que vier
Acende o fogo da esperança e o mal foge correndo

Todo bem que sai de nós é uma estrela a luzir
Que povoa o nosso céu em nosso barco a navegar
E nos mostra o caminho quando o mal nos faz cair
E quando cai a tempestade em meio ao alto mar

Quem ama de verdade não tem medo do amanhã
Não teme sua sorte, nem a morte com seu véu
Tem certeza que, no além, a vida resplandece em nova manhã
E faz do próprio coração o seu próprio céu


Face oculta

Texto de: Alexandre Paredes

Queria te levar no colo, tirar os espinhos, remover as pedras do teu caminho, mas, às vezes caio em buracos e preciso de ajuda.

Queria ser forte e valente, proteger-te dos perigos que a vida traz, mas, às vezes, sou fraco e preciso de alguém que me dê forças para continuar a luta.

Queria ser bálsamo, aliviar tuas dores, transformar os espinhos em flores, mas, às vezes, a fadiga me ataca e preciso de alguém que me dê forças para continuar a labuta.

Queria ser farol, iluminar o teu caminho, mostrar teu destino, mas, às vezes, sou apenas um vaga-lume, uma luz que acende e apaga, como estrela diminuta.

Queria ser melodia, embalar-te na alegria, descansar teus ouvidos, mas, às vezes, sou ruído, sons sem sentido, uma voz que não se escuta.

Queria nunca te magoar, estar sempre sorrindo, fazer-te sonhar, mas, às vezes, sou chuva fina, dor aguda, aflição gratuita.

Queria ser a Lua, lembrar-te a luz do Sol nos momentos de aflição, mas, às vezes, lembro a escuridão e mostro a minha face oculta.
 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Última Hora e Ele

Este vídeo é de uma apresentação que fiz no ENCONTRO-ME 2010 (Encontro de Mocidades Espíritas do Distrito Federal), que reúne a garotada do DF

A primeira música é Última Hora e a segunda, Ele (mais uma vez), ambas de minha autoria


Seguem as letras:

ÚLTIMA HORA
Letra e Música: Alexandre Paredes

Por sobre o sangue dos mártires
Erguemos templos, vaidades, fogueiras
Santificamos os sábados
E esquecemos de você em nossas feiras

Mas como o filho pródigo que um dia volta
Retornamos como náufragos de nossa história
E o mesmo homem que um dia fez a guerra
Hoje vem semear a paz na nova terra

Vejo línguas de fogo sobre nossas cabeças
São as vozes de uma multidão de estrelas

Matamos os povos bárbaros
Para mostrar como somos civilizados
Criamos cultos e símbolos
Pra poder esquecer a voz do crucificado

Mas como o filho pródigo que um dia volta
Retornamos como náufragos de nossa história
E o mesmo homem que um dia fez a guerra
Hoje vem semear a paz na nova terra


Vejo línguas de fogo sobre nossas cabeças
São as vozes de uma multidão de estrelas
Vejo línguas de fogo sobre nossas cabeças
É a voz do Consolador a nos iluminar
É a voz da Verdade sobre nossas cabeças
Para a última hora vem nos convidar


A letra da música Ele está em outra postagem

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O amor

Texto de: Alexandre Paredes

O amor não precisa de palavras, porque é simples
Ninguém sabe explicar, mas todos entendem, quando sentem
O amor se expressa no toque, na carícia, no gesto... no jeito
No sorriso ameno dos momentos difíceis... no beijo
No silêncio de compreensão que espera a raiva passar
No abraço, no aconchego, do peito, das pernas
Do coração que palpita, que acelera
No dar e receber
No dar... corpo e alma
No vazio da ausência, da falta que faz
No medo de perder
Na insegurança de não ser mais
Na presença amiga, no carinho, no afeto,
Na paz.

domingo, 27 de março de 2011

Sei que queres voar

Trecho do show que fiz com o Eduardo Braga na Florida em 2008.

A música foi premiada pelo Festival de Música da FENABB 2003.

Fez parte do CD Brasil de Todos os Cantos, que teve a participação de compositores e intérpretes de todo o País, tendo, inclusive a participação de Fagner e Zeca Balero.


Letra e Música: Alexandre Paredes

Meu pequeno amigo que bom te ver
O que será que há por trás desses olhos tristes?
Pena bege, amarelo e marrom
Esse canto é o mais belo dom que existe

Nessa gaiola tão enfeitada
Sei que queres voar
E quando esse dia chegar
Quero ir também

Meu pequeno amigo que bom te ver
Hoje eu quero estar mais perto de você
No seu lugar
A liberdade é tão fácil de se ver
Mas quando me pergunto não sei dizer
Onde ela está

Nessa gaiola de seda e ouro
Ou no pensamento que alça vôo?
Só sei que quero voar também

sábado, 19 de março de 2011

A força e a coragem

Texto de: Alexandre Paredes


A violência não é uma demonstração de força, mas de fraqueza. A atitude de cólera ou brutalidade demonstra desespero ante as lutas da vida e falta de confiança em si mesmo. O homem violento procura suprir, por meio da violência, a força que lhe falta. Aquele que confia na sua força interior é sempre calmo, pois tem convicção de que alcançará o objetivo visado.

Quem usa de arrogância, deixa patente que não possui autoridade verdadeira, nem a liderança natural dos verdadeiros líderes. Precisa impor-se por meio de uma falsa grandeza, que apenas irrita, afasta, desagrega.

Chorar não é sinônimo de fraqueza; significa apenas que somos seres humanos, que sentimos. Muitas vezes, há mais coragem em mostrar os próprios sentimentos, ou as “fraquezas”, do que em escondê-las de nós mesmos. Aquele que apenas as esconde, parece forte, mas sucumbe diante das menores tempestades da vida.

O homem humilde é forte. Mesmo ofendido, não se ofende, mesmo humilhado, não se sente como tal; está sempre sereno; não sofre com o que não tem, nem pelo que o outro tem. É inabalável, enquanto o orgulhoso é facilmente ferido.

Aquele que se fere com facilidade demonstra não conhecer a si mesmo ou dá razão àquele que ofende. Quem se conhece profundamente não se abala com ofensas, nem se regozija com elogios, pois tanto um quanto outro não alteram, em essência, o que somos de fato.

Quem perdoa liberta-se de um espinho cravado no peito. E quem é livre tem mais força para viver do que o escravo de seus próprios ressentimentos.

Há mais coragem em ser ofendido e não ofender, em calar-se quando alguém que perdeu o governo sobre si mesmo fala tolices sobre nós, do que em retribuir insulto por insulto, tolice por tolice.

A coragem, às vezes, é saber sorrir quando o mundo parece desabar. Às vezes, é saber demonstrar que sente, que chora e também erra.

A verdadeira coragem não é a daquele que nada teme, mas, sim, a daquele que enfrenta os próprios medos, pois quem nada teme não precisa de coragem alguma.

A rocha é o símbolo da força, mas a água que, no transcorrer dos milênios, perfura e molda a rocha, é o símbolo da coragem e da perseverança. Quem é mais forte? A planta flexível e humilde, rasteira, que se curva perante o temporal devastador ou o tronco rígido da árvore soberba, imponente e solitária, que se parte diante das tempestades da vida?

Há mais coragem quando se enfrenta a si mesmo do que quando enfrentamos o mundo. Aquele que luta contra o outro, está fugindo de si próprio, de sua luta interior. Mas, quando vencemos a nós mesmos, nosso orgulho e egoísmo milenares, cessam nossas lutas contra nosso próximo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Laços

Texto de: Alexandre Paredes

Estou preso a ti assim como as abelhas estão presas às flores.
Estou preso a ti assim com o pintor está preso ao pincel; como toda beleza está presa às cores, e, como toda cor, submissa ao azul do céu.

Estou preso a ti por laços muito fortes, talvez, os mais fortes...

Não se parecem com correntes, pois são leves como o vento e sutis como o pensamento.

Porém, são fortes como o aço, talvez, mais fortes...

Ninguém pode destruí-los, derretê-los, rompê-los, quebrá-los ou modificá-los, pois não têm forma.

Estou preso a ti por laços muito grandes, porém, não têm tamanho nem espessura.

Estou preso a ti por laços que não perecem nem envelhecem, mas, sim, se renovam.

Tão fortes são... e por que não dizer eternos?

Estou preso a ti por laços que não escravizam nem acorrentam, mas sim, libertam.
Libertam do medo de viver, do medo de ser eu mesmo... do medo de ser livre.

Você então me dirá que esses laços estão na imaginação. E por que não dizer em nosso coração?

Esses laços foram criados pelo mais puro sentimento, e que o tempo jamais irá apagar.
Esses laços estarão onde você estiver e irão aonde você for, pois esses laços foram criados pelo que há de mais belo nesta vida: estes são os laços de amor.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Crença

Texto de: Alexandre Paredes

Não te inquietes em convencer o companheiro a seguir tua crença. Demonstrarás, de fato, tua crença quando procurares exemplificar aquilo que crês.

Como poderás demonstrar a existência de um Deus Pai, de infinita bondade e justiça, se não ages como irmão do teu irmão? se te revoltas ante os seus desígnios? Como pensas em ensinar a realidade da vida futura apegando-se às coisas da vida material? Como queres divulgar as tuas verdades se ainda não as colocastes em teu coração?

Certamente que não devemos, por isso, buscar a estagnação do bem, cruzando nossos braços perante a tarefa de iluminação, consolação e esclarecimento, mas como exigir a transformação moral do outro sem realizarmos a nossa própria transformação moral?

A história da humanidade está repleta de exemplos de guerras, assassinatos e torturas em nome da religião. Em nosso passado obscuro, e ainda hoje, temos misturado a mensagem cristalina da fé ao terreno lamacento das vaidades, da prepotência, do sectarismo.

Será por uma falha das religiões? Não. É porque o homem tem moldado a religião segundo seus interesses, em vez de moldar a si mesmo segundo os preceitos ensinados. É porque temos relegado sempre para segundo plano a tarefa de nos reformar interiormente. Preferimos reformar primeiro o nosso companheiro, a comunidade, a sociedade, o país, o mundo.

Queremos, cada vez mais, aumentar o número de adeptos de nossa crença particular, acreditando que, assim, a paz se estabelecerá na face da Terra. Enquanto não nos reformarmos, encontraremos em nosso grupamento religioso um grande número de adeptos, simpatizantes, pensadores notáveis, oradores eloqüentes, hábeis escritores, trabalhadores de valor e pseudo-sábios, mas não de pessoas de bem.

De que adiantará as igrejas estarem cada vez mais cheias se os corações permanecerem vazios? se não diminuir a orfandade, a prostituição, a miséria, a corrupção? se as famílias continuarem se desfazendo no egoísmo, na incompreensão e na intolerância? se não houver em nosso coração espaço para o perdão e para o amor?

O dia em que o homem tomar por regra de conduta o “fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem”, as igrejas serão transferidas dos templos de pedra para o templo interno do coração; o homem não mais procurará Deus em imagens de madeira, objetos ou símbolos, pois encontrará o Criador no santuário da própria alma, despertando em si uma face até então adormecida: a sua face divina.

domingo, 6 de março de 2011

Aviso do tempo

Música de: Alexandre Paredes, Eduardo Braga, Vilma Bittencourt e Mônica Campetti
Letra: Mensagem de Emmanuel / Chico Xavier
Arranjo Vocal: Eduardo Braga




Este é o vídeo de um show do Quarteto Intuição, do qual faço parte, realizado em 2005.
Essa música - Aviso do Tempo - foi feita pelo grupo em forma de oficina.

Da esquerda para a direita: Vilma Bittencourt, eu (Alexandre Paredes), Eduardo Braga e Débora Lícia.




Aviso do Tempo
Mensagem de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier

O tempo endereça às criaturas
O seguinte aviso em cada alvorecer:
"Certamente, Deus de concederá
outros dias, outras oportunidades de trabalho.
Mas faze agora todo o bem que puderes
porque dia igual ao de hoje só terás uma vez".

sábado, 5 de março de 2011

Lei de amor

Texto e Animação: Alexandre Paredes


Este é um texto em pps que fiz em 1999, que, na época, teve boa repercussão na Internet. Minha amiga Elda Evelina gentilmente tranformou-o em vídeo para mim. Obrigado, Elda! Um abraço.



Quando o amor ainda está mesclado
Com os impulsos do instinto e do desejo,
Nós o encontramos sob o nome de PAIXÃO.

Quando o amor traduz afinidade,
Carinho e respeito mútuo,
Nós o chamamos de AMIZADE.

Quando o amor resvalar pelos caminhos
áridos do ciúmes e da posse,
ele aprisiona, e é quando encontramos o APEGO.

Quando o amor liberta,
Nós o chamamos de RENÚNCIA.

Quando o amor ainda está fechado em si mesmo,
Como semente escura e enclausurada,
Nós o chamamos de EGOÍSMO.

Quando o amor se expande como um SOL ardente,
Em benefício do semelhante, torna-se divino,
E o chamamos de CARIDADE.

O ÓDIO é apenas a
Ausência do amor, assim
Como a sombra é a ausência
de luz, ou então...
... é o amor traído e, por
isso mesmo, tempestuoso.

O amor é como o sol...
... está por toda a parte.
A diferença está na maneira como o refletimos

O amor é a força que une os mundos ...
até mesmo, mundos tão diferentes,
como eu e você...
... está presente nos pequenos seres...
... e até nos recantos mais escondidos do coração.

Quando nos afastamos desse AMOR,
Sentimos o frio e a infelicidade na alma

Essa é a LEI da vida...
Estamos imersos nesse AMOR.
Vivemos dele...
E é para ele o destino de todos nós.

AMAI-VOS,
Vós sois amor!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Aproveita a vida

Texto de: Alexandre Paredes



O momento é de alegria?
Procura estendê-la àqueles que te cercam, secando lágrimas ou fazendo alguém mais feliz.
Aproveita a oportunidade para edificar a tua própria felicidade sobre bases sólidas.

O momento é de aflição?
Aproveita a oportunidade para fortalecer a tua fé no Criador da Vida, que tudo criou com fins elevados.
Se atravessares esse momento com resignação, trabalhando e servindo, sairás mais fortalecido.

Alguém te traiu a confiança?
Não percas a chance que a vida te dá e perdoa incondicionalmente.
Aquele que hoje perdoa liberta-se de pesadas dívidas contraídas perante a própria consciência.

Estás doente?
Aproveita o momento para cultivar o dom da paciência e para entender melhor o valor da saúde.
Diante da escravidão do corpo, poderás compreender melhor a única liberdade real: a da alma.

Tens saúde?
Então não deixes de buscar a harmonia, o máximo que puderes, em teus gestos, palavras, atos e pensamentos.
Saúde é harmonia perante a vida e não existe harmonia sem amor, assim como não há amor sem serviço ao próximo.

Alguém te insultou?
Aproveita a oportunidade para, desta vez, não revidar, no desastroso embate do mal contra o mal.
Aquele que já consegue reagir pacificamente demonstra ter atingido a maior de todas as conquistas: a vitória sobre si mesmo.

Erraste?
Aproveita o momento e, desta vez, não te percas em lamentações ou justificativas.
Procura ir mais longe. Vai às origens do mal, atendendo ao chamado do “conhece a ti mesmo”, para que possas corrigir-te com sabedoria. Quem se lamenta ou se justifica fica apenas na superfície de si mesmo e perde a oportunidade de aprender com os próprios tropeços.

Riqueza ou pobreza, poder ou subordinação, sucesso ou fracasso, são apenas experiências transitórias que cursamos na escola da vida, preparando-nos para uma vida maior.

As situações que vivemos nunca são ruins. Boa ou ruim é a maneira como agimos ou reagimos diante das situações.

Amanhã ou hoje mesmo, quando teus olhos se fecharem e tua voz não mais puder falar, tuas obras falarão por ti e te situarão nas moradas onde é permanente a paz, a felicidade, a harmonia... se, realmente, tiveres aproveitado a vida.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não tema

Texto de: Alexandre Paredes


Não tema o mal que lhe possa advir.
Mas tema permanecer imóvel ante a oportunidade de fazer um bem.

Não tema a solidão.
Contudo, receie isolar-se no espinho do egoísmo, que sufoca o direito e a necessidade de outrem.

Não tema a morte.
Tenha medo, sim, de passar pela vida e não viver.

Não tema a vida.
Mas receie sepultar a alma na fuga do vício.

Não tema errar.
No entanto, previna-se contra a pretensão à infalibilidade, que, na verdade, é apenas excesso de amor próprio.

Não tema o futuro.
Tema negligenciar o presente.

Não tema a dor, nem a miséria, nem a prova...

O mal que nos atinge é sempre um bem quando o encaramos como uma oportunidade de educar nosso espírito, transmutar valores, adquirir sabedoria.

Entretanto, o mal que parte de nós é sempre uma semente jogada no tempo, cuja colheita será inevitável.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Caminho do meio

Texto de: Alexandre Paredes


Ser justo, mas com amor.
Amar, mas sem aprisionar.
Amparar, mas sem fazer pelo outro o que ele deve fazer por si mesmo.
Ajudar, mas sem tirar do outro o direito de escolher seu próprio caminho.

Perdoar, mas sem ser conivente com o mal.
Esquecer o mal, mas sem ser indiferente a ele.
Ser pacífico, mas não passivo diante dos acontecimentos.
Cultivar a não violência, mas sem violentar a si mesmo.

Lutar com coragem, mas aceitar a derrota como parte das experiências da vida.
Ter coragem de enfrentar os próprios limites, mas também de reconhecer as próprias fraquezas.
Servir ao dever, mas sem ser oprimido por ele e sem escravizar-se a coisa alguma.

Viver com prazer, mas não viver em função dele.
Ser simples e humilde, o que não significa andar mal vestido ou descuidar-se de si mesmo.
Conservar puro o coração, o que não significa esconder de si os próprios sentimentos.

Crer em Deus, mas sem atribuir a Ele aquilo que nos compete.
Cultivar a fé, mas sem abdicar da razão.
Caminhar com equilíbrio, eis o nosso maior desafio.
Sem equilíbrio, tombamos sempre ...
... para um lado... ... ou para outro.


Amor... Sabedoria.
Bondade... Justiça.
Sentimento...Razão.
Harmonia.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O segredo

Texto de: Alexandre Paredes


O segredo da felicidade não é segredo; só é preciso silenciar e escutar, pois a natureza fala baixinho.
Para aprender, é preciso escutar.
Para crescer, é preciso reconhecer-se pequeno.
Para receber a água pura e cristalina, é preciso esvaziar a taça, a fim de que o líquido precioso não se misture às impurezas do recipiente.
Para alcançar sabedoria, é preciso esvaziar a taça dos nossos velhos conceitos e preconceitos, que nos têm levado sempre aos mesmos caminhos e lugares que já conhecemos.
Para que algo melhor chegue à nossa vida, é preciso nos desapegar das coisas velhas e inúteis; do contrário, o velho não dará espaço ao novo que quer entrar.
Só conseguiremos sentir, vivenciar o amor e sermos amados plenamente se nos libertarmos dos ressentimentos, do egoísmo, da incompreensão, do orgulho e da indiferença que poluem os nossos corações.
Só nos será possível enxergar a beleza da vida e a perfeição da natureza e da criação quando nos libertarmos de nossas imperfeições, que são como sombras cobrindo nossa visão.
O barulho de nossas emoções do dia a dia impede-nos de auscultar as irradiações sublimes dAquele que nos criou para sermos felizes.
O tumulto incessante de nossas lamentações e de nossos pedidos inquietantes aos céus impede-nos de ouvir as suas respostas às nossas súplicas e de perceber que o Alto está conosco o tempo todo; nós é que nem sempre estamos com Ele em nossos pensamentos e atos.
Por isto, silencia e ouve a voz que fala em mim, em ti, em tudo.